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Nestlé ainda acredita em virada no caso Garoto

Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente da Nestlé Brasil, Ivan Zurita, espera que a companhia saia vitoriosa da novela que se tornou a compra da capixaba Chocolates Garoto, negócio firmado em março de 2002 e que já foi vetado duas vezes pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) neste ano, a última delas em 5 de outubro. O que motiva o executivo a acreditar em uma virada de mesa é a percepção de que houve falhas no processo. "Vamos continuar lutando pelo projeto, fazendo tudo o que for necessário para manter a Garoto conosco", afirmou Zurita. O executivo disse ainda que a companhia vai tentar recorrer da decisão do Cade, que rejeitou no mês passado o pedido de reconsideração, em que a multinacional se propunha a vender 10% do mercado de chocolates sólidos para tentar reverter o veto dado à completa aquisição em fevereiro. Antes de apelar para o Judiciário, a Nestlé Brasil tentou reverter, em meados de outubro, a decisão do órgão antitruste, ao levantar no plenário do Cade uma questão de ordem, argüindo a nulidade da sessão em que o veto foi definido. A alegação era de que documentos, como pareceres econômicos, pesquisas e simulações de mercado, teriam sido anexados aos autos do processo depois de ele ter sido julgado. A tentativa, entretanto, foi frustrada, já que os conselheiros rejeitaram por quatro votos a um a questão de ordem e, por enquanto, a companhia, assim como suas concorrentes, aguardam a publicação, já atrasada, do acórdão da decisão do Cade. Atraso Segundo a assessoria de imprensa do órgão antitruste, o atraso se dá pelo fato de o conselheiro responsável por sua elaboração, Luis Fernando Rigato Vasconcellos, não ter recebido ainda o processo da Procuradoria do Cade. O que se estabeleceu, entretanto, é que a Nestlé terá 60 dias, a partir da publicação desse acórdão, para avaliar a Garoto, e mais 90 dias para concluir a sua venda para uma terceira empresa, que detenha uma fatia de menos de 20% do mercado brasileiro de chocolates, hoje liderado pela norte-americana Kraft Foods.

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