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Nestlé fecha fábrica de biscoitos em SP e deve demitir 900

Por Agencia Estado
Atualização:

A Nestlé suspendeu hoje pela manhã as atividades na unidade fabril do Belenzinho, na capital paulista, onde são produzidos os biscoitos São Luiz. A informação é do presidente do Sindicato dos Empregados em Empresas de Industrialização Alimentícia de São Paulo e Região (Sindeeia), Carlos Vicente de Oliveira. A desativação da fábrica, prevista para abril próximo, faz parte do plano de enxugamento da empresa na área de biscoitos, abrigando sob o mesmo guarda-chuva as marcas São Luiz e Tostines. Segundo o sidicalista, o fechamento da fábrica implica a demissão de cerca de 900 empregados. "O gerente da empresa já anunciou hoje que a partir do dia 1º cerca de 200 empregados entrarão em férias coletivas", informou. O sindicato marcou para as 5 horas da manhã do próximo dia 25 uma assembléia com os trabalhadores para decidir as propostas que farão à multinacional suíça para impedir a demissão em massa. "Uma empresa como a Nestlé, que possui unidades em outros locais da capital como no Pari, além do interior de São Paulo, não pode simplesmente demitir. Na assembléia, vamos lutar para que os trabalhadores não sejam jogados na rua, mas transferidos para outras regiões", disse. A Nestlé não se pronunciou à respeito do fechamento. Garoto Hoje pela manhã lideranças sindicais realizaram uma panfletagem em Vila Velha, na região metropolitana de Vitória do Espírito Santo, onde está sediada a Chocolates Garoto, para chamar a atenção da população sobre a possível venda da capixaba para a Nestlé. Os sindicalistas pretendem distribuir 10 mil panfletos que contêm uma análise feita pelo Sindicato dos Trabalhadores em Alimentação do Espírito Santo (Sindialimentação) sobre a venda da empresa e a repercursão que a negociação com a Nestlé pode trazer para a comunidade local. Ontem representantes do Sindialimentação e o prefeito de Vila Velha Max Mauro Filho (PTB) se reuniram com o presidente do Conselho Administrativo do Conselho Econômico (Cade) João Grandino Rodas, porque temem a desativação da Garoto e a dispensa de 2,4 mil trabalhadores, caso a empresa seja vendida à Nestlé. Segundo Rodas, até agora não chegou ao Cade nenhum comunicado sobre a transação. Sindicalistas e prefeito pediram ao Cade que a negociação seja acompanhada de perto. A multinacional tem quase 30% de participação no mercado e a Garoto 23,4%, superando 50% com a possível compra, denominando concentração de mercado. Ambas negam que estejam negociando. Segundo fontes do mercado, a Nestlé e a Cadsbury´s estão no páreo e a nacional fechará negócio com a empresa que oferecer maior vantagem. O valor da transação, de acordo com essas fontes, estaria avaliado em R$ 300 milhões, muito superior ao valor real da Garoto, empresa com 100% de capital nacional.

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