
30 de junho de 2009 | 18h55
O presidente da Nestlé no Brasil, Ivan Zurita, afirmou nesta terça-feira, 30, que a empresa negocia pelo menos duas aquisições neste momento no País. "Nós estamos analisando vários projetos, mas eu posso dizer que pelo menos dois estão nos finalmente", disse o executivo, após participar do 1º Fórum RPCA - Responsabilidade produtiva na cadeia alimentícia, promovido pela Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação (Abia). "Leva-se tempo, mas eu posso lhe dizer que está bem perto", afirmou Zurita, acrescentando que o prazo para o fim das negociações depende principalmente dos resultados de algumas diligências que são realizadas e da forma encontrada para solucionar problemas fiscais dos possíveis alvos de compra pela Nestlé.
Zurita não revelou a área específica de atuação das empresas que podem ser adquiridas em breve e chegou a sinalizar que elas podem pertencer a segmentos distintos de atuação. No mês passado, ganhou força o rumor de que a Nestlé estaria perto de fechar a compra da unidade da Parmalat no município de Carazinho, no Rio Grande do Sul. Por meio dessa aquisição, a Nestlé fortaleceria a sua atividade em leite longa vida, segmento que vem crescendo a passos largos no País e no qual a empresa começou a atuar recentemente.
Questionado se uma das aquisições seria a fábrica da Parmalat no Sul, Zurita respondeu: "Temos avaliado uma série de negócios, um deles quase fechado, mas não necessariamente a este que você se referiu", afirmou. "Tem muitas empresas mudando de mão. Tem a Nilza, que está no mercado. Tem a Vigor, que o Bertin comprou. A Batávia que a Perdigão comprou... Existem muitos movimentos. O mercado não para."
Outro segmento que vem recebendo atenção especial da Nestlé e que pode receber investimentos adicionais da companhia é o de água mineral. Em dezembro passado, a companhia comprou as fontes da Água Mineral Santa Bárbara e parte de suas instalações industriais. Além da Santa Bárbara, a Nestlé atua no Brasil com quatro marcas de água - Petrópolis, São Lourenço, Aquarel, S.Pellegrino, Acqua Panna e Perrier, sendo as três últimas importadas.
Independente das aquisições da companhia, Zurita afirmou estar satisfeito com os resultados da Nestlé no Brasil. "Fechamos bem o semestre e a companhia continua investindo forte no País. Fiquei muito satisfeito com o desempenho no semestre. Não posso revelar os números, mas posso dizer que teve uma evolução importante frente ao que está acontecendo no mercado em geral e nos mercados internacionais."
Durante sua palestra hoje, Zurita disse que uma das vantagens do Brasil é o fato de uma empresa saber até onde pode crescer, devido ao potencial do mercado nacional. "Se dependesse de mim, até 2015 daria para duplicar a empresa." Para este ano, segundo Zurita, a expectativa de crescimento da Nestlé seria o "dobro do PIB". "Esperamos um crescimento orgânico ao redor de 7%", revelou. A estimativa, de acordo com ele, não considera possíveis aquisições.
Quanto ao posicionamento do Conselho Administrativo de Defesa da Concorrência (Cade) à fusão Sadia/Perdigão, Zurita reafirmou que espera tratamento igual ao apresentado no julgamento da compra da Garoto pela Nestlé. O Cade rejeitou a operação e a Nestlé questiona o posicionamento em segunda instância. "Não sou nenhuma autoridade para tomar partido, só espero que haja um tratamento igual", disse.
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