PUBLICIDADE

EXCLUSIVO PARA ASSINANTES
Foto do(a) coluna

Notícias do mundo do agronegócio

Netafim muda estratégia para crescer em irrigação

Empresa ampliou em 200% as contratações para suporte agronômico e de pós-venda desde o fim de 2020

Foto do author Isadora Duarte
Por Leticia Pakulski e Isadora Duarte (Broadcast)
Atualização:

A israelense Netafim, que atua em irrigação por gotejamento, projeta ampliar em 35% as vendas no País este ano, acima do crescimento de 30% previsto para o mercado. O avanço em grãos e fibras explica o entusiasmo. A aposta é em projetos nos quais o gotejamento complementará a irrigação por meio de pivôs, para otimizar a cobertura da área. A Netafim fechou parcerias com dez distribuidores de pivôs para atingir o oeste da Bahia, Goiás, noroeste de Minas Gerais, São Paulo, Mato Grosso do Sul e Mato Grosso. E ampliou em 200% as contratações para suporte agronômico e de pós-venda desde o fim de 2020. A nova estratégia já rende frutos. A área irrigada com gotejamento em grãos no primeiro semestre é três vezes maior do que a observada em todo o ano passado. Ricardo Almeida, CEO da Netafim Brasil e Mercosul, diz que o segmento de grãos pode ser o mais representativo no faturamento da empresa até 2023. Hoje café, cana-de-açúcar e hortifruticultura lideram.

Companhia israelense aposta no gotejamento para complementar airrigação por meio de pivôs Foto: Amir Cohen/Reuters

Mais adiante

PUBLICIDADE

A expectativa de maior faturamento no País em 2021 é puxada também pela expansão em cana-de-açúcar no Centro-Sul e pelo bom momento do café, diz Almeida. A empresa concluiu no ano passado investimento em máquinas para a fábrica em Ribeirão Preto (SP) e começou 2021 com capacidade produtiva 15% maior. 

Cresce

Com os preços atrativos das commodities e perdas no milho por causa da estiagem, o executivo prevê que o Brasil acrescente mais de 300 mil hectares em área irrigada em 2021. “Se sairmos desses 300 mil hectares adicionais para 500 mil nos próximos anos, a indústria é capaz de atender”, afirma. Quanto ao crédito previsto no Plano Safra a juros controlados, Almeida diz que deve terminar antes de dezembro. “Existe uma oportunidade de a iniciativa privada, fundos de investimento e bancos, financiarem mais, complementando o valor do governo.”

Publicidade

Planejados

Almeida afasta o risco de a crise hídrica atrapalhar os projetos em andamento. “A irrigação utiliza um porcentual muito pequeno da água disponível. Não temos impacto direto agora, porque o planejamento é feito com base em critérios da política nacional de recursos hídricos ajustados a cada microrregião.”

Mais natural

A Korin Agricultura e Meio Ambiente, de insumos biológicos, projeta crescer 35% em faturamento na safra 2021/2022, após ter avançado 50% no ciclo 2020/2021. “Consumidores estão mais exigentes quanto à sustentabilidade, ao mesmo tempo em que agricultores precisam elevar a produtividade”, diz Sérgio Homma, CEO da empresa, sem abrir valores. As lavouras de grãos, especialmente no Centro-Oeste, são o principal mercado.

Aposta

Publicidade

A linha agrícola, de conservação e melhoramento do solo, lidera as vendas, contribuindo com dois terços do faturamento anual. Mas os bioinsumos de nutrição animal, inseridos no mercado em 2020 e voltados à pecuária e piscicultura, também devem crescer em vendas. “São produtos ainda em experimentação, com 3% da receita”, diz Homma. A partir de 2022, a previsão é de que a linha para o segmento animal seja responsável por 35% a 40% do faturamento. “Há maior procura por carnes produzidas de forma sustentável.”

Consolida

No ano passado, a Korin aportou cerca de R$ 3 milhões na operação. A maior fatia foi para a construção de uma fábrica em Ipeúna (SP), que quadruplicou a capacidade de produção. Neste ano, outros R$ 3 milhões devem ser aplicados em melhorias na planta e em pesquisa e desenvolvimento de biotecnologias. Para o ano que vem, a meta é investir cerca de R$ 6 milhões no laboratório e na linha fabril.

Aproveita

A 4intelligence, startup de inteligência de dados, quer ampliar a participação no setor agropecuário neste ano de 10% para 20%. “Atuamos com soja e milho e estamos expandindo para algodão e cana-de-açúcar” diz Bruno Rezende, o CEO. No agro, a maior parte da receita deve vir de uma ferramenta de monitoramento de plantio e colheita de grãos. A expectativa é atingir faturamento total de R$ 13,7 milhões, ante R$ 3,5 milhões em 2020.

Publicidade

Filão

Para sustentar o crescimento, a 4intelligence vai investir R$ 3 milhões até dezembro em soluções voltadas ao agronegócio. A empresa aplica suas tecnologias em previsão de safra por meio de cruzamento de algoritmos e imagens de satélites e em suporte a crédito rural com monitoramento de garantias das propriedades rurais. VLI Logística, M. Dias Branco e Bradesco estão entre os clientes da startup.

Subindo

Até 2025, o Brasil deve atingir exportação de US$ 95,5 bilhões em produtos agropecuários, aponta estudo da Emis, do Grupo ISI Emerging Markets, antecipado à coluna. Adriano Morais, economista da Emis, diz que neste ano os embarques devem crescer 11,1% e, a partir de 2022, tendem a aumentar a taxas anuais de 7% a 8%. “A taxa de câmbio ainda elevada e os preços em alta das commodities vão impulsionar a produção agropecuária e a receita com exportação do setor”, afirma.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.