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New York Times defende posição do Brasil em Cancún

Por Agencia Estado
Atualização:

O jornal norte-americano The New York Times defende em editorial de hoje a posição do Brasil na reunião ministerial da Organização Mundial do Comércio (OMC) em Cancún, no México. O diário critica os países ricos por distribuírem "subsídios agrícolas extravagantes", com "efeitos devastadores nos países mais pobres, muitos dos quais poderiam melhorar o padrão de vida de suas populações se tivessem uma chance de exportar produtos agrícolas a preços justos de mercado". Para o jornal, um resultado positivo em Cancún poderia melhorar a vida de um bilhão de pessoas que vivem com um dólar ao dia ou menos. "Com isso queremos dizer um compromisso forte da OMC para criar um mercado justo e eficiente para produtos agrícolas". O texto afirma que "até hoje, a globalização continua a ser um jogo desequilibrado, no qual as normas foram fixadas pelos países ricos". De acordo com o editorial do The New York Times o fim do "protecionismo agrícola poderia ajudar a renda do mundo em desenvolvimento a crescer cerca de US$ 1,5 trilhão ao longo da próxima década, e essa possibilidade torna ainda mais espantosa a relutância egoísta dos países desenvolvidos em abandonar seus subsídios agrícolas". O jornal defende que o presidente norte-americano George W. Bush reassuma a liderança do país como "um campeão firme e um beneficiário do comércio mais livre e de uma integração global cada vez maior". Mas ressalva que "o histórico de Bush em abandonar princípios para marcar pontos políticos baratos com interesses especiais, como os sindicatos do setor siderúrgico e o lobby agrícola, levanta dúvidas sobre se ele terá estômago para defender os interesses nacionais mais amplos e fazer a coisa certa pelos mais pobres do mundo". Para o The New York Times, os EUA e à Europa, não podem mais estabelecer sozinhos as regras do comércio mundial. "Em Cancún, uma aliança influente de países em desenvolvimento e grandes exportadores agrícolas - incluindo o Brasil, a Tailândia, a Índia, a Austrália e a África do Sul - vão oferecer e pressionar por uma liberalização significativa do comércio agrícola. Os EUA deveriam fazer causa comum com eles".

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