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''Newcomers'' ainda têm apenas 20% do mercado

Por Cenário: Cleide Silva
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Desde que se instalaram no País, a partir de 1998, as novas montadoras, antes chamadas de "newcomers", tentam abocanhar fatia mais significativa das vendas de automóveis, missão que não tem sido fácil. A leva formada por Honda, Mitsubishi, PSA Peugeot Citroën, Renault, Toyota e, mais recentemente, Hyundai, detém 20% do mercado brasileiro. As marcas que estão no Brasil há várias décadas (Fiat, Ford, General Motors e Volkswagen) respondem por quase 78% das vendas. O resto está nas mãos dos importadores.Quando ocorreu o boom das novas fábricas, esperava-se pulverização maior do mercado, mas as quatro grandes continuam no domínio. Para mantê-lo, partiram para o ataque com novas fábricas, centros de desenvolvimento próprios, produtos mais competitivos e reestruturação da rede de revendas. Dos novos investimentos anunciados nos últimos meses, cerca de R$ 13 bilhões são das veteranas Ford, GM e Volkswagen. Entre as mais novas, Mitsubishi, PSA e Renault anunciaram aportes de R$ 3,2 bilhões.A Fiat é a única entre as maiores fabricantes que ainda não apresentou planos a partir de 2011. Já no grupo das novatas, a Toyota constrói nova fábrica no interior de São Paulo, mas sonega o valor do investimento, calculado pelo mercado em até R$ 1 bilhão. Todas as fabricantes, ao anunciarem novos projetos, falam em ampliar a participação no mercado. A PSA, que detém 5% das vendas com as marca Peugeot e Citroën, pretende chegar aos 10%. A Toyota, que tem apenas 2,15% das vendas no primeiro bimestre, por vários anos também projetou chegar aos 10%. A Volkswagen, hoje responsável por cerca de 22% dos carros vendidos no País, espera chegar aos 25% em cinco anos.De olho no bolo brasileiro - que deve atingir vendas de 4 milhões de veículos em 2014, conforme projeções da empresas -, novas concorrentes estão chegando ao País, como as chinesas Chery e BYD, que prometem fábricas para breve, e a coreana Hyundai, que está construindo em Piracicaba (SP) unidade própria para carros de passeio, enquanto sua coligada de Goiás, comandada pelo Grupo Caoa, fica com a produção de comerciais leves e utilitários-esportivos. Para cumprir os desejos de todos, o bolo teria de ultrapassar, em muito, a forma. O que deve ocorrer é uma nova divisão. A briga promete ser acirrada. O consumidor, de camarote, espera pelos melhores carros e os melhores preços.*REPÓRTER

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