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Nigerianos admitem que lavaram US$ 120 milhões do Noroeste

Por Agencia Estado
Atualização:

Naresh Asnani e o pai Shandas Asnani, nigerianos presos na Suíça desde o fim do ano passado, admitiram hoje que foram os autores de uma série de operações realizadas a partir de bancos suíços e que resultaram na lavagem de mais de US$ 120 milhões do desfalque de US$ 242 milhões no banco Noroeste, vendido ao Santander em 1997. O depoimento deles hoje durou mais de seis horas e incriminou o ex-diretor internacional do banco, Nelson Sakagushi, também preso na Suíça, acusado de ser o principal autor do desfalque. Os nigerianos afirmaram que lavaram os US$ 120 milhões a pedido de Emmanuel Odinigwe, outro nigeriano que também integra, segundo eles, uma quadrilha internacional especializada em lavagem de dinheiro. O dinheiro, disseram, chegava por intermédio de uma empresa brasileira, a Stamtom, com escritórios virtuais em diversos países. Investigações realizadas no Brasil e na Suíça já comprovaram que a empresa pertencia a Sakagushi. "O depoimento dos Asnani confirma o crime de lavagem de dinheiro e permite à Justiça suíça estender a prisão preventiva dos dois, que já dura 90 dias, e também a de Sagakushi, preso desde junho", afirmou à Agência Estado, por telefone, o advogado Domingos Refinetti, que defende os ex-controladores do banco. Odinigwe atuava em parceria com o também nigeriano Christian Anajemba, assassinado em circunstâncias misteriosas na cidade de Lagos, na Nigéria. A equipe de advogados coordenada por Refinetti já conseguiu congelar nos EUA, Suíça e Reino Unido mais de US$ 60 milhões, que saíram das contas dos nigerianos e foram transferidos para o nome de outras pessoas ou utilizados na compra de imóveis. O desfalque no Noroeste, considerado a maior operação de lavagem de dinheiro já investigada no mundo, foi descoberto em 1997, quando o banco foi vendido para o Santander. Auditores do Santander descobriram que os US$ 242 milhões, supostamente depositados na agência do Noroeste no paraíso fiscal das ilhas Cayman, não existiam. Sakagushi admitiu a culpa e disse que desviou o dinheiro a mando de diretores do banco.

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