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Nippon Steel vai ficar com as ações da Vale na Usiminas

Para analistas, mineradora está saindo do negócio em um momento ruim, com os papéis em baixa

Por Monica Ciarelli (Broadcast) e Raquel Massote
Atualização:

A siderúrgica japonesa Nippon Steel, segunda maior do mundo, anunciou ontem que pretende exercer seu direito de preferência na compra da participação acionária da Vale na Usiminas. Com a transação, a Nippon, que já está no bloco de controle da Usiminas, elevaria sua fatia de 23,3% para 29,2%. Já a Vale corre o risco de vender suas ações por um valor cerca de R$ 900 milhões inferior ao previsto em maio de 2008, quando anunciou oficialmente a intenção de deixar a companhia. Na época, a fatia da Vale correspondia a R$ 1,3 bilhão, mas após as turbulências que abalaram o sistema financeiro, esse montante gira em torno de R$ 400 milhões. Em maio, quando divulgou oficialmente o interesse de sair da Usiminas, o presidente da Vale, Roger Agnelli, alegou "divergências estratégias" e citou como exemplo a compra de mineradoras pela Usiminas, como a J. Mendes. "Achamos um erro estratégico você desviar o foco do negócio, sendo que nunca faltou minério para a Usiminas", disse. Procurada, a Vale informou que não iria se pronunciar sobre o assunto. Mas, em nota, a Usiminas anunciou que foi comunicada pela Vale da intenção de vender sua fatia para a Nippon e que a concretização do negócio está sujeito à aprovação final do conselho de administração da mineradora. Se fechado o negócio, essa seria a segunda vez em pouco mais de dois anos que a Nippon Steel faz movimentos para fortalecer sua posição e deter maior fatia de participação acionária na Usiminas. Analistas financeiros vêm a operação como positiva para a siderúrgica nacional. Segundo eles, a Nippon é uma parceira de longa data da Usiminas e sempre deu importantes contribuições no desenvolvimento de tecnologias e produtos de melhor qualidade. O analista do setor de siderurgia da Link Corretora, Leonardo Alves, lembra que a Nippon sempre foi a principal candidata à compra e destacou que a movimentação não trará grandes repercussões para a Usiminas. "Não vejo grandes mudanças no controle da Usiminas, já que a Nippon é a controladora oficial", disse. Em comunicado, a siderúrgica japonesa informou que, com o aumento, espera atender melhor seus clientes na América do Sul. Já o valor da oferta não foi revelado.

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