A Comissão de Títulos e Câmbio (SEC, na sigla em inglês), agência reguladora da economia americana, anunciou nesta segunda-feira, 23, que chegou a um acordo com a Nissan e o ex-CEO Carlos Ghosn para liquidar a ação civil a que respondem por esconder de investidores mais de US$ 140 milhões em compensações e benefícios. A montadora japonesa deve pagar US$ 15 milhões e o executivo vai desembolsar US$ 1 milhão para encerrar o caso.
Como parte do acordo, Ghosn também deve ser banido de cargos executivos e de direção em companhias abertas pelos próximos 10 anos. O brasileiro aguarda julgamento criminal no Japão por acusações de fraude. Ele está atualmente em prisão domiciliar e impedido de ter contato com a esposa. O executivo foi preso pela primeira vez em novembro e alega ser inocente. Outro ex-diretor da empresa, Greg Kelly, assinou um acordo de US$ 100 mil com a SEC, e concordou em ser barrado de posições executivas em companhias abertas e proibido de atuar como advogado perante a comissão, que é uma espécie de Comissão de Valores Mobiliários (CVM) dos Estados Unidos, por cinco anos. A montadora e o executivo assinaram o acordo sem confirmar ou negar as acusações, mas concordaram em abster-se de futuras violações antifraude das leis de valores mobiliários.
Acusações de fraude
Ghosn, Kelly e outros funcionários da Nissan são acusados de comandar um esquema para camuflar mais de US$ 90 milhões em salários e US$ 50 milhões em benefícios de aposentadoria. De acordo com a SEC, o executivo escondeu de acionistas e reguladores pagamentos que seriam feitos em benefício próprio.