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Nível de desocupação volta ao patamar pré-pandemia com retomada de emprego sem carteira assinada

Citando dados da Pnad Contínua, Secretaria de Política Econômica do Ministério da Economia (SPE) aponta criação de 8,2 milhões de postos de trabalho com e sem carteira assinada em 12 meses

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Por Eduardo Rodrigues
Atualização:

BRASÍLIA - Com a forte retomada do emprego informal, o nível de desocupação na economia brasileira retornou em novembro ao patamar pré-pandemia, destaca nota técnica elaborada pela Secretaria de Política Econômica do Ministério da Economia (SPE). Citando dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad Contínua) do IBGE, a pasta aponta a criação de 8,2 milhões de postos de trabalho com e sem carteira assinada em 12 meses, absorvendo inclusive 6 milhões de pessoas que entraram ou retornaram à força de trabalho no período. 

Ladeira Porto Geral, próxima à 25 de março; com avanço da vacinação em massa no segundo semestre do ano passado, pessoas que não estavam procurando emprego ou que gostariam de trabalhar mais encontraram postos de trabalho inclusive com maior produtividade Foto: Werther Santana/Estadão - 10/06/2020

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A taxa de desemprego chegou a 11,6% em novembro de 2021, com um recuo de 2,8 pontos porcentuais em relação ao mesmo mês de 2020. "O desemprego está retornando ao mesmo nível do início da crise. Isso representa uma redução de 1,6 milhão no contingente de pessoas desocupadas no período dos últimos 12 meses e de quase 3 p.p. da taxa de desemprego desde o maior valor na crise, considerando a série com ajuste sazonal", destaca o documento.

De acordo com a SPE, com o avanço da vacinação em massa no segundo semestre do ano passado, as pessoas que não estavam procurando emprego ou que gostariam de trabalhar mais encontraram postos de trabalho inclusive com maior produtividade, já que a taxa de subutilização chegou a 25% em novembro, nível similar ao verificado antes da crise.

O subsecretário de Política Macroeconômica da SPE, Fausto Vieira, aponta que a recuperação de vagas após a recessão de 2020 foi muito mais rápida que a registrada após a crise de 2016. "A diferença é a rapidez da recuperação e a maior disseminação entre os setores. Na recuperação anterior, o desemprego desceu como se estivesse em uma rampa. Agora, foi como se descesse em um escorregador", compara.

"Sabíamos que, quando começasse a vacinação, possibilitando o fim do distanciamento social, o emprego informal voltaria muito rápido. É um mercado muito mais flexível que o formal. Se é um trabalho por conta própria, basta ir pra rua. E se não tem carteira assinada, a contratação é muito mais rápida", acrescenta.

O Ministério do Trabalho e Previdência divulga na manhã desta segunda-feira, 31, o resultado do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) em 2021, com a expectativa do mercado em criação de 2,868 milhões de vagas com carteira assinada criadas no ano passado. "O retorno inicial do setor formal devolveu grande parte da demanda para atividades ligadas ao setor informal, muitas delas também de boa remuneração. Muitos trabalhadores que estavam fora do mercado agora viram que o primo conseguiu ocupação, o vizinho também conseguiu, e voltam a procurar", completa Vieira.

Apesar das perspectivas do mercado de baixo ou mesmo nenhum crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2022, a SPE mantém o otimismo sobre a atividade e a dinâmica do mercado de trabalho, apostando na retomada dos investimentos ligados às concessões de infraestrutura. Além disso, os técnicos acreditam que a terceira onda da pandemia decorrente da variante Ômicron não levará a um fechamento da economia como o observado nas ondas anteriores.

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"Tínhamos visão muito positiva antes, e continuamos acreditando que o emprego vai continuar crescendo muito forte. As pessoas precisam trabalhar, querem voltar ao trabalho e têm voltado com segurança. O Brasil não vai crescer 4,5% de novo, mas vai crescer muito mais do que o mercado está estimando", projeta Vieira. "Temos uma carteira já contratada em concessões que trazem muitos empregos, e isso retroalimenta o setor informal. Além disso, temos dito que a vacinação é a melhor política econômica", conclui. 

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