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Nível de emprego na indústria encolhe quase 10% em um ano

Setor inicia 2016 mantendo tendência de retração das atividades; massa salarial real caiu 10,3%

Por Bernardo Caram
Atualização:
As horas trabalhadas tiveram alta de 2,9% em janeiro ante dezembro, mas rendimento médio real do trabalhador diminuiu 0,9% Foto: Rodolfo Buhrer|Estadão

BRASÍLIA - O nível do emprego na indústria iniciou 2016 com piora. Em janeiro, ante dezembro, houve retração de 0,8%, a décima segunda queda consecutiva do indicador. Em relação a janeiro de 2015, houve um recuo de 9,6%, informou a Confederação Nacional da Indústria (CNI).

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As horas trabalhadas tiveram alta de 2,9% em janeiro ante dezembro, e de 11,6% na comparação com o mesmo mês de 2015. A massa salarial real caiu 2,0% em janeiro, na comparação com dezembro. Em relação ao mesmo mês de 2015, a queda foi de 10,3%. Para o gerente-executivo de política econômica da CNI Flávio Castelo Branco, tais dados podem ser considerados pontuais. "É preciso ter mais observação para ver se teria chegado ao fundo do poço, para começar uma melhora. Não creio que seja isso", disse.

Já o rendimento médio real do trabalhador diminuiu 0,9% em janeiro frente a dezembro e 0,8%, se comparado com janeiro do ano anterior. 

Atividade em queda. O início do ano também foi marcado pela manutenção da tendência de retração na atividade. A indústria brasileira operou em janeiro num ritmo abaixo do observado em dezembro. O nível de utilização da capacidade instalada da indústria de transformação atingiu 75,9% em janeiro, pelo dado dessazonalizado, uma queda em relação a dezembro, quando estava em 77,0%. 

O dado do último mês de 2015 foi revisado de 77,5% para 77,0%. Em janeiro de 2015, a utilização do parque fabril era de 80,8%, de acordo com os dados. "Se a demanda reaparecer, com o grau de ociosidade que temos, essas empresas primeiro irão reduzir seus estoques, depois voltar a ter produção no ritmo normal para, se a demanda se sustentar, começar o estímulo para investimento", afirmou Castelo Branco.

O faturamento real do setor de transformação apresentou alta de 1,0% em janeiro ante dezembro. Na comparação com janeiro do ano passado, registrou uma queda de 13,9%. Com o quadro ruim, Castelo Branco informou que a CNI espera uma retração de 5% no PIB industrial de 2016. "Não vemos nenhuma melhora, nem para o segundo semestre."

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