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No 1º dia, 7 em 10 dos que têm direito já sacaram dinheiro do FGTS

Montante retirado das contas inativas do fundo chegou a R$ 3,8 bilhões, segundo a Caixa

Por Fernando Nakagawa
Atualização:

BRASÍLIA - A Caixa recebeu 3,3 milhões de pessoas, entre atendimento nas agências e transferências automáticas, no primeiro dia de saque das contas inativas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FTGS). O número ainda é provisório, mas indica que 69% dos 4,8 milhões de nascidos em janeiro e fevereiro que têm conta inativa já sacaram o dinheiro no primeiro dia. O montante retirado somou R$ 3,8 bilhões, segundo o banco. Desses, R$ 2 bilhões foram depositados em conta corrente ou poupança dos trabalhadores que têm direito ao saque e já têm relacionamento bancário com a Caixa e o restante foi sacado no caixa. 

O dinheiro do FGTS parece resgatar contas do fundo da gaveta e muitos planos. No primeiro sábado do plantão para saques, quem deixava as agências da Caixa Econômica Federal não escondia a felicidade. Muitos foram preparados com boletos debaixo do braço para quitar dívidas, mas alguns têm outros planos. “O dinheiro será para o futuro. Para o futuro do meu filho”, diz a dona de casa Zenda Jesus Alves.

Caixa abre1.841 agências nestesábado Foto: J.F.Diorio|Estadão

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As 22 agências da Caixa no Distrito Federal que neste sábado ficaram lotadas. Uma das pessoas atendidas foi Zenda Jesus Alves, 39 anos, que saiu cedo de casa. Junto com o marido, o cunhado e muitos documentos, deixaram a cidade satélite de Paranoá, a 20 quilômetros de Brasília, para conferir quem tinha dinheiro a receber.

O sorriso na saída no banco não escondia a surpresa. Lá, Zenda descobriu que tinha depósitos de empregos antigos. “Deu certo!”, comemorou com o extrato impresso. “Esse vai ajudar a pagar a faculdade do Paulo. É para o futuro”, repetia a dona de casa. Paulo é o filho de 15 anos que, pelos planos da mãe, será advogado. Zenda faz parte do grupo de trabalhadores nascidos em janeiro e fevereiro que podem sacar o dinheiro desde a sexta. 

O auxiliar de cozinha Poliano Cordeiro verificou o saldo com o funcionário da Caixa e confirmou à esposa, Flávia Albuquerque, que a vida da família mudará radicalmente: em abril, o casal e os dois filhos deixarão a capital federal rumo a Umburanas, no interior da Bahia. “Lá é melhor para trabalhar. A gente tem uma terrinha e dá para trabalhar na roça”, diz o auxiliar de cozinha que vive há oito anos em Brasília e postergava o sonho de voltar à Bahia porque não conseguia juntar o dinheiro para as passagens. “Sempre quis voltar e agora vamos conseguir.”

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