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No 5º dia de alta, Bovespa supera marca histórica de 60 mil pontos

Em mais um dia de euforia no mercado, Bolsa fecha com valorização de 2,24% e movimento de R$ 6,187 bilhões

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Por Redação
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A Bovespa varou sem pestanejar a marca histórica de 60 mil pontos, e o índice Bovespa fechou ontem em 61.052 - alta de 2,24% -, estabelecendo o quarto recorde seguido em cinco dias consecutivos de alta. O volume financeiro foi de R$ 6,187 bilhões. O Ibovespa acumula ganhos de 11,74% no mês e de 37,28% no ano. Em mais um dia de euforia no mercado financeiro, o dólar recuou para R$ 1,843, depois de ter batido na mínima de R$ 1,838, a menor cotação desde setembro de 2000. O risco Brasil, por sua vez, subiu 6 pontos, para 175. O Ibovespa foi impulsionado pela forte entrada de capitais externos e beneficiou-se dos ganhos expressivos das ações da Vale do Rio Doce. A Vale PNA teve alta de 4,33%, e a ON, de 4,16%. Segundo o banco de investimentos Merrill Lynch, os preços do minério de ferro podem subir de 30% a 50% nas negociações dos contratos de 2008. Ontem, o preço de mercado da Vale, pela primeira vez, praticamente empatou com o da Petrobrás. O valor de cada uma das duas maiores empresas brasileiras é de R$ 291 bilhões, mas no fechamento de ontem a estatal petrolífera ainda estava ligeiramente à frente, segundo a Bovespa. As ações PN da Petrobrás fecharam em alta de 0,84%, na esteira de mais um dia de subida do preço internacional do petróleo. Em Nova York, o petróleo do tipo leve para entrega em novembro subiu 3,21%, para US$ 82,88 o barril, e em Londres, o tipo Brent para novembro fechou em US$ 80,03, com acréscimo de 3,36%. Segundo Alexandre Lintz, estrategista-chefe do BNP Paribas, uma conjunção de fatores internacionais e domésticos dá suporte à fenomenal alta do mercado acionário brasileiro. ''''O cenário é de que os bancos centrais do mundo vão trabalhar para evitar uma desaceleração mais rápida da economia global.'''' Essa disposição, por outro lado, aumenta a liquidez mundial. Com a economia dos Estados Unidos desacelerando e os juros americanos caindo, os capitais estão procurando outros destinos, o que aumenta os fluxos para países emergentes como o Brasil. Lintz nota que, no caso da Bolsa brasileira, a atratividade é intensificada pelo fato de que o País é beneficiado pela retomada da alta das commodities, a tendência do câmbio é de valorização e a economia está acelerando, ampliando o lucro das empresas. Ontem, as bolsas americanas também fecharam em alta, com o índice Dow Jones subindo 0,25%; o S&P 500, 0,39% e o Nasdaq, 0,39%. A Bovespa vem se descolando, para cima, do mercado americano. Desde a decisão do Federal Reserve (Fed, banco central americano) de baixar os Fed Funds (taxa básica) de 5,25% para 4,75% no dia 18, o Ibovespa já subiu 9,9%, comparado com 3,3% do S&P 500, segundo dados da Economática. No acumulado do ano, a diferença se amplia: 34,3% para o Ibovespa, comparado a 7,6% do S&P 500. O desempenho da Bovespa já está chamando a atenção mundial. Ontem, o ex-primeiro-ministro da Espanha José María Aznar (1996-2004), durante palestra, questionou a gravidade das últimas turbulências financeiras: ''''A Bolsa de São Paulo não pára de bater recordes. Dá para falar em crise?'''' As maiores altas do Ibovespa ontem foram da Cyrela Realt ON (9,04%), B2W Varejo ON (6,21%) e Gafisa ON (5,12%). As maiores baixas, da Embraer ON (-2,13%), Transmissão Paulista PN (-1,52%) e Telemar PN (-1,33%). O setor bancário deu continuidade ao bom desempenho, com altas de 2,94% da Bradesco PN, 3,22% da Itaú PN, 3,31% da Unibanco Unit e 4,05% da Banco do Brasil ON. FERNANDO DANTAS, PAULA PULITI, PAULA LAIER, CÉLIA FROUFE e DENISE ABARCA

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