PUBLICIDADE

Publicidade

No alto padrão, o tamanho já não é mais documento

Movimento muda a concepção de projetos ao reduzir metragens, mas oferece em troca conjuntos com grife

Por
Atualização:

Os números de 2018 apontam aumento do peso dos imóveis de alto e médio padrão nos lançamentos em São Paulo. No ano, apartamentos com valor superior a R$ 1,5 milhão registraram o maior crescimento porcentual, com 2.134 unidades lançadas - variação de 142% em relação às 882 unidades de 2017. É nesta faixa de preços que também houve a maior variação (123%) nas vendas, comparando-se as 1.626 unidades comercializadas em 2018 com as 729 negociadas no ano anterior, de acordo com dados do Sindicato da Habitação (Secovi). 

Design e muitas facilidades marcam projetos como o Cyrela Ibirapuera by Yoo. Foto: Perspectiva/Cyrela

PUBLICIDADE

E os sinais emitidos pelo mercado indicam que neste ano o segmento poderá ganhar participação maior. No primeiro trimestre, os lançamentos somaram 3.020 unidades de médio e alto padrão, aumento de 89% comparado às 1.599 unidades lançadas em igual período de 2018. Para Celso Petrucci, economista-chefe do Secovi-SP, o desempenho do mercado de alto e médio padrão indica que as empresas estão buscando alternativas para suprir a demanda não atendida durante a crise.

Na busca pelo cliente, para as empresas, tamanho não é mais documento. Se antes, alto padrão era sinônimo de apartamento de 4 dormitórios e com grandes áreas, hoje não é bem assim. A proposta de incorporadoras foi reduzir, em muitos projetos, as metragens desse tipo de imóvel em troca de uma série de atrativos. 

Um dos destaques entre os 11 lançamentos feitos na Região Metropolitana no ano passado pela Cyrela, empresa com tradição nessa faixa do mercado, foi o Thera Ibirapuera by Yoo - alto padrão com VGV de R$ 415,7 milhões, cujo projeto é do famoso estúdio inglês do designer Phillipe Starck. São três torres com características e áreas comuns diferentes. Uma com estúdios de 27 m² a 35 m² , outra com unidades de dois e três quartos e metragens de 60 m², 65 m² e 77 m². O terceiro prédio, o The Residences, é mais exclusivo e tem apartamentos com 161 m² e 244 m². com duas, três ou quatro suítes. 

O Pinifarinatem unidades de 50m2 que custavam R$ 25 mil/m2. Foto: Perspectiva/Cyrela

Foram comercializados, em média, por R$ 750 mil, os residenciais pequenos, e até R$ 2,8 milhões para os mais amplos, segundo imobiliária Lopes. 

Ainda na linha de unidades tamanho P com preços G ou GG, o diretor de Incorporação da Cyrela, Piero Sevilla, ressalta o Cyrela by Pinifarina, projeto do conceituado escritório italiano de design, situado na Vila Olímpia. “Tem apartamentos de 50 m², mas o consideramos de alto padrão por ter preço do m² acima de R$ 25 mil.” Sevilla diz que a empresa também possui apartamentos com os mesmos 50 m² que custam R$ 12 mil/ 15 mil o m². “Já seriam alto padrão, mas sem aquela exclusividade e acabamento do altíssimo padrão.” 

Nesta edição do Top Imobiliário, a empresa ficou em 5º lugar no ranking das Incorporadoras. e também no das Construtoras. O VGV total lançado pela Cyrela na região Metropolitana em 2018 superou R$ 1 bilhão como incorporadora e R$ 1,46 bilhão como construtora, segundo dados da Embraesp.

Publicidade

Mirela Parpinelle, diretora da imobiliária Lopes, afirma que o cliente também mudou. “Houve uma readequação na renda dele”, diz. “Se antes ele comprava um apartamento de 200 m², hoje, com uma planta inteligente, toda aberta, que corresponde ao novo modo de vida dele, ele vive num 160 m². ”

Ela conta que a redução do número de vagas de garagem já sofre menos resistência. “Estamos vendo mudanças gradativas, as pessoas se adaptando à nova realidade do mercado.” 

Mas Mirela alerta que não basta entregar um conjunto todo equipado e decorado. “Tem de entregar com grife, com diferencial. “Projetos que têm design diferente é o que dá uma velocidade de vendas boa.” Há outros benefícios, ela ressalta, que o comprador do alto padrão também considera, como proximidade do metrô, verde e regiões com oferta de serviços.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.