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No Brasil, já há 2 condenações

Acerto com a Justiça será retomado logo após retorno

Por Marcelo Auler
Atualização:

Ao desembarcar no Brasil, caso seja extraditado por Mônaco, Salvatore Cacciola terá uma longa ficha de acertos a fazer com a Justiça. Na sua folha penal constam duas condenações por crimes contra o sistema financeiro. Em uma, também por peculato (apropriação do dinheiro público), a condenação total é de 17 anos e 6 meses de reclusão, acrescida de multas. Mas essas condenações poderão ser aumentadas. Cacciola ainda responde a quatro processos criminais em varas federais do Rio. Neles, é acusado do porte ilegal de armas, de crimes contra o sistema financeiro e de lavagem de dinheiro. Os mais antigos são de 1999. Duas sentenças são do então juiz federal Abel Gomes, hoje desembargador do Tribunal Regional Federal (TRF) da 2ª Região (Rio e Espírito Santo). A pena mais conhecida, dada em 2005, é a de 13 anos, no processo do Banco Marka, em que foram condenados, também pelo crime de peculato, o ex-presidente do Banco Central Francisco Lopes e os ex-diretores da instituição Cláudio Mauch, Demóstenes Madureira do Pinho Neto (penas de 10 anos de reclusão) e Tereza Grossi (6 anos de reclusão). Nesse processo da 6ª Vara Federal, Cacciola recebeu 5 anos de prisão pela gestão fraudulenta de instituição financeira e 8 anos pelo peculato. Nele, o juiz Gomes sentenciou em substituição à juíza titular. O recurso dessa sentença ainda não foi apreciado e, segundo o relator do caso, desembargador Guilherme Calmon, poderá acontecer no máximo 30 dias após a chegada do preso. No processo da 5ª Vara Federal, a pena do ex-banqueiro, de maio de 1999, foi de 4 anos e 6 meses, por empréstimos indiretos do Banco Marka a seus parentes, crime previsto no artigo 17 da Lei nº 7.492, de 1986. O dinheiro (R$ 16 milhões) saiu em nome de João Simões Affonso, amigo do banqueiro, e foi repassado ao pai, Luiggi, à esposa, Regina, aos filhos Fabrizzio e Rafaella e à empresa Lacca S/A, administrada por seus filhos. A sentença já foi confirmada pelo TRF. Seu acerto com a Justiça não terminou. Na 2ª Vara Federal criminal, com Jorge Gurgel Fernandes Neto, Roberto Cruz Moysés, João Afonso da Silveira de Assis, Mauro Sérgio de Oliveira e Luiz Carlos Barreti Junior, ele responde a processo novamente por crimes contra o sistema financeiro. São acusados pelo lançamento de debêntures sem lastro ou garantias suficientes da empresa Leletrust de Recebíveis. Outro mandado foi expedido pela 5ª Vara Federal, onde, desde 2004, ele foi denunciado por fraude contra o sistema financeiro, por outros empréstimos concedidos à empresa na qual o Marka tinha participação. Na 6ª Vara Federal ainda há um processo por lavagem de dinheiro e, na 3ª Vara, outro, por porte ilegal de arma de uso restrito, encontrada no carro do ex-banqueiro.

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