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No caminho da fortuna, americanos pulam o MBA

Nova geração de milionários dos fundos de investimento não consideram o MBA imprescindível

Por Louise Story
Atualização:

Quem conheceu Gabriel Hammond nos anos 90 previu que ele se tornaria rico rapidamente. Ainda calouro, do dormitório da faculdade Johns Hopkins, nos Estados Unidos, ele comprou US$ 1 mil em ações da Caterpillar. Pouco tempo depois, ele abandonou seu sonho de infância de ser advogado e entrou para o Goldman Sachs como analista de ações. Ele logo notou que poucos colegas davam uma pausa em Wall Street para cursar MBAs - algo antes considerado imprescindível para uma carreira de negócios. Hammond decidiu pular o MBA - em vez disso, levantou US$ 5 milhões e iniciou seu próprio fundo de hedge, o Alerian Capital Management, em 2004. Hoje, aos 28 anos, Hammond administra US$ 300 milhões em seus escritórios de Nova York e Dallas. ''''Eu não consideraria fazer um MBA de maneira alguma'''', diz. Os jovens estão reconsiderando velhos dogmas do caminho do sucesso. A enxurrada de dinheiro para os fundos de private equity e hedge na última década fez muitos milionários. Muitos deles não têm uma sala no Goldman Sachs ou no Morgan Stanley, mas sim um espaço em um pequeno escritório - claro, com um salário polpudo. A mudança não passou despercebida pelas escolas de negócios. Richard Schmalensee, que foi diretor da escola de negócios do MIT até junho, diz que a forma de fazer dinheiro mudou. ''''Não acho que haverá menos pessoas com MBA entre os executivos'''', diz Schmalensee. ''''Mas haverá menos pessoas com MBA nas listas dos mais ricos.'''' De maneira geral, não houve uma queda na busca por MBAs. Nos EUA, em 2005, 142 mil pessoas completaram algum curso de MBA - o dobro do número de 1995. Mas, à medida que esses cursos se tornam mais comuns, o grau parece conceder menos prestígio às pessoas que estão nos empregos com melhores salários. ''''Se você quer juntar o máximo de dinheiro possível no espaço mais curto de tempo, não pode ficar afastado por dois anos'''', diz Vitaly Dukhon, trader de 30 anos que deixou a Fortress Investment para se unir a outro fundo de hedge. ''''Ir para a escola de negócios abre portas para entrar em alguma empresa. Mas, se você já entrou, não faz mais sentido.'''' Headhunters dizem que os fundos de hedge, particularmente, não valorizam MBAs. ''''Tenho clientes que afirmam não fazer diferença alguma'''', diz Tim Zack, da In-Site Search, de Westport. Para um empregado médio dessas áreas, nos EUA, se afastar por dois anos significa deixar de ganhar US$ 250 mil ao ano em salário e gastar US$ 50 mil com despesas de curso. Mas os MBAs ainda possuem um trunfo - ajudar muitos jovens que decidem levantar dinheiro e criar seus próprios fundos, segundo o diretor de admissões da faculdade de Wharton, Thomas Caleel. ''''Para levantar dinheiro para um fundo de hedge, as pessoas que se conhece em um curso de MBA são importantíssimas'''', diz.

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