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No comércio, consumidor e empresas sem confiança

O rápido aumento do pessimismo dos consumidores afeta a confiança dos empresários do comércio, como se depreende das pesquisas da Confederação Nacional do Comércio (CNC), da Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas (CNDL), do SPC Brasil e da FecomercioSP. “Em apenas quatro meses, houve uma forte deterioração das expectativas do consumidor, com aumento de quase 10 pontos porcentuais no pessimismo”, afirmou a economista-chefe do SPC Brasil e da CNDL, Marcela Kawauti.

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Por Redação
Atualização:

Emprego e renda em queda e aumento do endividamento – indicado por 30,7% dos pesquisados como o principal fator de preocupação – são os problemas que afetam os consumidores, segundo levantamento feito com 600 pessoas em 27 capitais pela CNDL. Mais da metade (56%) acredita que 2015 será pior que 2014 e 47,7% deixarão de consumir itens considerados supérfluos. 

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Nas classes de maior renda (A e B), a situação mudou com intensidade ainda maior, pois 58,3% das pessoas se declararam menos propensas a comprar supérfluos. E 44% dos consumidores não pretendiam comprar presentes no Dia dos Pais, data relevante para as vendas no varejo.

Segundo a FecomercioSP, 70% das famílias paulistanas não pretendem adquirir, nos próximos meses, nenhum tipo de bem durável. Das 2.200 famílias ouvidas pela entidade entre 26 de junho e 8 de julho, 1.540 declararam não ter a intenção de despender recursos para comprar produtos como geladeira, fogão, TV ou carro.

É até certo ponto natural, portanto, que os comerciantes se surpreendam com a velocidade do agravamento da situação econômica – e, como resultado imediato, muitos já tenham decidido cortar investimentos. Entre julho de 2014 e julho de 2015, caiu 20,2% a intenção de investir, segundo o Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec), elaborado pela CNC. Numa escala de 0 a 200, é de só 83,8 pontos o indicador da disposição de investir.

Pior do que isso só a percepção das condições atuais, na marca de 45,6 pontos em julho, queda de 45% em relação a julho do ano passado. O grau de insatisfação com a economia chegou a 41,8 pontos na Região Sudeste, resultado inferior à média nacional. E 92,8% dos empresários consultados constataram piora do quadro nos últimos 12 meses.

Para retomar alguma confiança, parece essencial o recuo da inflação e a recuperação do poder de compra do salário.

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