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No Dia da Criança, mais cautela com importados

Lojas procuram trabalhar com produtos certificados

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Por Redação
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As redes de varejo de brinquedos verificaram um aumento de cerca de 10% nas vendas este ano em relação ao ano passado - um número considerado bom, se levadas em conta as atribulações que o setor passou nos últimos meses, com a chamada de dois recalls da Mattel e um da Gulliver. A fama dos importados preocupou os varejistas. "Os pais estão com mais cautela na hora de comprar. Preferimos trabalhar com produtos e fornecedores de boa qualidade e certificados", diz Carivaldo Souto, diretor comercial da Bmart. "Mas, apesar dos problemas recentes, vemos que de três anos para cá os produtores chineses estão zelando pela qualidade." A Brinquedos Laura aumentou a oferta de brinquedos nacionais em suas lojas. "Fizemos isso porque acreditamos que a qualidade dos produtos melhorou. Hoje é meio a meio nacional e internacional. A indústria brasileira cresceu muito e a preferência por seus brinquedos também", diz o diretor comercial empresa, Eduardo Pedro. O controle da entrada de brinquedos importados no País está mais rígido desde agosto - todos os lotes são testados. "Vai aumentar bastante o volume de trabalho dos laboratórios e as empresas terão de programar as importações com antecedência", diz a gerente de qualidade do laboratório Falcão Bauer, Ana Maria Boveri. O Falcão Bauer é um dos laboratórios creditados pelo Inmetro para testar brinquedos. "Estamos investindo R$ 100 mil em equipamentos para atender a demanda, que vai mais que dobrar." Na semana passada, o Procon-SP visitou 33 lojas escolhidas aleatoriamente em São Paulo e 28 apresentaram alguma irregularidade, como comercializar brinquedos sem certificação do Inmetro. Apesar da rigidez maior de pais e do governo com o setor, as vendas cresceram. Para Pedro, da Brinquedos Laura, a explicação está no aumento da renda. "O poder aquisitivo da classe média aumentou, principalmente da classe média baixa", diz. A rede Ri Happy teve crescimento de 8% em relação a 2006. "Investimos 25% a mais na mídia este ano", diz Ricardo Sayon, diretor comercial da empresa. E, quando o alvo é a criança, a propaganda é determinante na escolha do presente, segundo lojistas e consultores. Um dos brinquedos mais procurados, segundo os varejistas, foi a boneca Stephanie, do seriado Lazy Town (exibido pelo canal pago Discovery Kids), produzida pela Baby Brink. "As crianças são muito imediatistas", diz o consultor da Winner, Dominic de Souza. "Elas pedem o que vêem na televisão e na casa dos amigos. Quanto mais vêem, mais criam interesse." Caso os brinquedos da Mattel comecem a acabar nas lojas, Souza diz que pais e vendedores precisarão de muito tato para oferecer outro produto. "Barbie, por exemplo, é uma marca forte. É preciso convencer a criança de que, dentro daquele tema que ela quer, existem outras opções de bonecas fashion, princesas, etc. Se disser simplesmente que não tem Barbie, vai ver uma criança bem chateada." Uma pesquisa da revista Supermercado Moderno mostrou que, este ano, 38,4% dos consumidores pretendem dar brinquedos no Dia da Criança. Em seguida, apareceram roupas (22%), e eletroeletrônicos e videogames (16,1%). "A concorrência com os eletrônicos é grande", diz Celso Pilnik, diretor comercial da PBKIDS Brinquedos. "Por isso, temos brinquedos com mecanismos tecnológicos: das bonecas que interagem com a dona aos carrinhos com conexão para MP3." Para aproveitar a onda tecnológica, a Syntax, fabricante nacional de computadores, anunciou a produção de dois mil PCs decorados com as meninas Superpoderosas e Ben 10. "Sempre oferecemos modelos com design exclusivo. Agora, queremos conquistar o consumidor infantil", afirma Ricardo Barcellos, diretor comercial da empresa.

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