23 de outubro de 2014 | 02h05
O item de maior peso - serviços profissionais, administrativos e complementares, que respondem por 35,6% do setor - cresceu 7,9% na comparação com agosto de 2013, por causa do subitem serviços administrativos e complementares, que inclui telemarketing, educação, limpeza, segurança, cadastro, cobranças, aluguel de veículos e máquinas. Em geral, são serviços prestados sob a forma de contratos de longo prazo, que não podem ser bruscamente interrompidos.
O segundo item mais pesado - transportes, serviços auxiliares dos transportes e correios (22,2%) - avançou apenas 3,2%, afetado pelo mau comportamento do transporte terrestre, com crescimento de apenas 0,8%. Isso se deveu ao transporte de cargas industriais, em que houve queda de preços em razão da baixa atividade das indústrias.
Os serviços de informação e comunicação cresceram apenas 1,7%, enquanto os serviços prestados às famílias registraram alta nominal de 9,7%, puxados por bares, restaurantes, comida pronta, hotéis e albergues, entre outros itens.
Com a inflação de serviços na casa dos 8,5% ao ano, houve declínio real do faturamento das atividades pesquisadas, o que evidencia a recessão do setor terciário. Chega a ser surpreendente que, apesar da queda real das receitas do setor de serviços, sejam pequenos os efeitos negativos sobre o emprego e o salário real nessas atividades.
Uma explicação poderia ser encontrada no fato de que, em plena campanha eleitoral e de aumento expressivo de gastos públicos, as atividades de serviços conseguiram preservar sua força de trabalho. Mais difícil será manter o volume de receitas quando já não estiverem presentes os clientes cuja atuação foi decisiva para sustentar o faturamento do setor nos últimos meses.
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