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'No setor, não havia passado dificuldade'

Marcelo Americano pensava que se aposentaria na companhia aérea em que estava desde 2007

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Por Luciana Dyniewicz
Atualização:

Marcelo Americano, de 39 anos, está com o casamento marcado para agosto do ano que vem, após adiá-lo duas vezes por causa da pandemia. Sua noiva e família moram no interior de São Paulo e, mesmo assim, ele não descarta a possibilidade de se mudar para China ou Vietnã. A aposta é que, como esses países foram atingidos antes pela pandemia e conseguiram contornar a crise de modo mais eficiente, eles se recuperem antes e suas empresas aéreas voltem a contratar.

Americano cogita a possibilidade de trabalhar na China ou no Vietnã Foto: Daniel Teixeira/Estadão

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“Tenho ouvido falar que, nesses países, podem começar a contratar no início do ano que vem. A princípio, não gostaria de sair do Brasil. Tenho uma noiva e minha família toda aqui. Mas, se aparecer oportunidade lá fora, vou ter de ir.” Americano sabe que a concorrência vai aumentar muito no setor nos próximos meses, com a demissão de pilotos em todo o mundo. “Vai ter um excedente de profissionais. Eu estou me atualizando, estudando aviação por conta própria para os processos seletivos.

Também comecei um curso online sobre mercado de capitais.” Apesar de ter tirado sua licença de piloto comercial pouco depois dos ataques de 11 de setembro, que também arrasaram o setor aéreo, Americano logo conseguiu seu primeiro emprego para pilotar um avião de uma siderúrgica. Depois, passou por uma empresa de táxi aéreo e foi contratado pela então TAM em 2007. 

“Nunca passei por nenhuma dificuldade no setor como agora. Dessa vez, a crise é grave no mundo todo. Nunca fiquei desempregado e jurava que ia me aposentar na empresa (Latam). Mas, apesar de toda dificuldade atual, vejo muito potencial de crescimento do setor no Brasil, porque as pessoas ainda viajam pouco.” 

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