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Norte-americana NC2 terá fábrica de caminhões no Brasil

O objetivo da  NC2 é ser uma das cinco maiores do setor no país até 2015, em um mercado dominado por marcas europeias

Por Reuters
Atualização:

A joint-venture entre a maior fabricante de caminhões dos Estados Unidos e a maior produtora de equipamentos pesados do mundo, NC2, anunciou nesta quarta-feira,20, planos para ter uma fábrica de caminhões no Brasil com objetivo de ser uma das cinco maiores do setor no país até 2015, em um mercado dominado por marcas europeias.

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A companhia, formada há cerca de um ano, vai investir US$ 200 milhões no Brasil de um total inicial para lançar suas operações no mundo de US$ 340 milhões, afirmou o presidente-executivo da NC2, Al Saltiel, a jornalistas.

A NC2 é a joint-venture em partes iguais formada entre a Navistar e a Caterpillar. No Brasil, a nova empresa vai passar a concentrar as operações com caminhões de ambas as marcas, com meta de ter uma fábrica própria em operação em 2012, que deverá receber investimentos além dos US$ 200 milhões iniciais.

A iniciativa representa um retomada do foco da Navistar no Brasil, depois que a empresa deixou de vender caminhões no mercado interno em 2003 para se dedicar apenas a exportações para países como África do Sul e Chile.

Atualmente, a Navistar produz seus veículos em uma fábrica da brasileira Agrale em Caxias do Sul (RS), que receberá investimentos de US$ 10 milhões para introdução de uma nova linha de produção que abastecerá o mercado interno enquanto a fábrica própria da NC2 não fica pronta.

Saltiel evitou dar detalhes sobre a nova fábrica da NC2 no país, mas afirmou que a empresa "aprendeu com os erros cometidos no passado no Brasil" e está preparada para desenvolver produtos adaptados à realidade brasileira.

"A Copa do Mundo e as Olimpíadas no Brasil são o melhor momento para começarmos nossas operações no Brasil", disse o executivo ao descrever os motivos para a volta do interesse da Navistar no país.

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No mês passado, as vendas de caminhões no Brasil somaram 13.221 unidades, considerando todas as categorias de semileves a pesados, salto de 31% sobre o mesmo mês de 2009, segundo a associação que representa o setor, Anfavea. No acumulado do ano até setembro, as vendas foram de 112.142 unidades, 50,4% mais em relação a um ano antes.

A expectativa da NC2 é que o mercado brasileiro de caminhões dos segmentos médio a pesado, hoje dominado por Ford, Iveco, MAN, Mecerdes-Benz, Scania e Volvo, tenha vendas de 110 mil unidades este ano, chegando a 160 mil em 2015, após 90 mil unidades comercializadas em 2009.

A Navistar, que entre 2003 e 2009 produziu 3.742 caminhões para exportação, agora prevê uma produção de cerca de 1.200 unidades no primeiro ano de lançamento da NC2 no país, afirmou o diretor de vendas da joint-venture no Brasil, Cesar Longo.

Para fomentar as vendas no Brasil, a companhia remodelou o caminhão pesado 9800 para se adequar ao país e lançará em 2011 o modelo semipesado DuraStar, vendido atualmente nos Estados Unidos. Além disso, a unidade financeira da Caterpillar vai passar a apoiar os financiamentos para os caminhões da NC2.

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A empresa também prepara para 2012, com a sua fábrica própria, o lançamento de um caminhão voltado ao setor de mineração com capacidade para até 50 toneladas de carga atualmente não comercializado pela Caterpillar no país, disse Longo.

Segundo Saltiel, o objetivo da NC2 é inicialmente ter um índice de nacionalização de componentes de 60%, que poderá chegar a cerca de 90% quando a fábrica própria, em local ainda a ser definido, estiver pronta. A decisão sobre a unidade deve ser concluída nos próximos seis meses, disse o executivo.

O anúncio da NC2 acontece cerca de um mês depois que a sueca Scania iniciou operação de seu próprio banco para financiar a venda de veículos. A Scania também anunciou que pretender aumentar sua participação para além do segmento de caminhões pesados, atuando em semipesados onde as marcas mais fortes são Ford, MAN e Mercedes-Benz.

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Por Alberto Alerigi Jr.

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