PUBLICIDADE

Norte e Nordeste ganham importância no mercado

Programas habitacionais,disseminação do crédito imobiliário e avanço da classe C mudaram o mapa das incorporadoras

Por / E. V. e R. B.
Atualização:

O aumento do potencial de consumo da classe C, o lançamento de programas habitacionais de grande porte como o Minha Casa, Minha Vida e a disseminação do crédito imobiliário pelo Brasil mudaram o mapa das incorporadoras no País. Em quatro anos, o peso relativo das regiões Norte e Nordeste nas obras de apartamentos residenciais e comerciais em todo o País passou de 20,1% para 25%, segundo o levantamento da Criactive. Esse crescimento se deu paralelo à diminuição da importância da região Sudeste nesse cenário. Apesar de ainda concentrar mais da metade dos investimentos do mercado imobiliário, São Paulo, Rio, Minas e Espírito Santo viram sua participação no total brasileiro cair de 61,2% para 54,1% desde 2009. Isso aconteceu pois, embora o número absoluto de lançamentos nesses locais tenha crescido, o ritmo não acompanhou o das principais capitais e cidades médias nordestinas, que estão vivendo um verdadeiro boom imobiliário.Os líderes de crescimento nessa região foram Pernambuco (189%), Paraíba (143%) e Rio Grande do Norte (115%), Estados que veem sua renda per capita aumentar nos últimos anos mesmo com o atual cenário de desaceleração econômica. Na região Norte, a liderança ficou com Amapá (288%), onde o mercado imobiliário era praticamente inexistente antes de 2009, e Pará (78%), que está vendo novos prédios serem erguidos tanto na capital quanto nas maiores cidades do interior.Por outro lado, São Paulo - que continua sendo o maior mercado imobiliário do País, com 12,6 milhões de m² em obras -, cresceu apenas 14% no período. Esse crescimento só foi maior do que Estados com um número bem reduzido de lançamentos - e, por isso, mais suscetíveis à volatilidade dos números -, como Roraima, Tocantins e Acre. A média do País, entre 2009 e 2012, foi de um crescimento de 48% - hoje há 37,1 milhões de m² em obras.Mudança. Para Cristina Della Penna, diretora da Criactive, esse cenário deverá mudar já a partir deste ano, principalmente por causa do aumento do endividamento das famílias e da diminuição na atividade econômica registrada desde 2011. "Existe uma desaceleração já identificada para 2013, muito mais acentuada a partir do segundo semestre", afirmou. Segundo ela, a tendência para 2014 de acordo com os dados atuais é ainda de maior queda. "Mas vale aguardar a atuação das construtoras ao longo deste ano, pois existe um grande número de obras em projeto e lançamento que podem vir a aumentar a quantidade de m² em obras no 2º semestre de 2013 se estas não sofrerem prorrogação e atrasarem o início de execução", explicou a engenheira.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.