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Nortel anuncia mais 3,2 mil demissões

Em concordata, grupo canadense não descarta fazer novos cortes

Por Reuters
Atualização:

A fabricante canadense de equipamentos de telecomunicações Nortel anunciou que vai cortar mais empregos. Dessa vez, o corte deve atingir 3,2 mil empregados no mundo. A empresa está em meio a um processo para conseguir sobreviver - está sob um pedido de proteção judicial contra falência. Os cortes anunciados ontem representam cerca de 10% da força de trabalho atual da Nortel. No auge do boom do setor de tecnologia, em 2000, a empresa chegou a empregar mais de 90 mil pessoas no mundo. Nenhum dos funcionários demitidos agora receberá pagamentos compensatórios, suspensos pela Nortel quando fez o pedido de proteção contra falência no mês passado, informou um porta-voz da companhia. Os cortes foram anunciados semanas depois que a Nortel divulgou que estava trabalhando em um "plano detalhado" para redução de empregos. A companhia informou que os novos cortes se somam às 1,8 mil demissões planejadas e que ainda não foram completadas. A empresa informou que alterou a estrutura de compensação para reduzir bônus e planos de premiação baseados em ações. O presidente executivo do grupo, Mike Zafirovski, informou pouco depois do anúncio das novas demissões que a empresa não descarta a possibilidade de fazer ajustes adicionais, "se for necessário". Quando pediu proteção judicial contra a falência, no Canadá e nos Estados Unidos, no mês passado, a Nortel tinha apenas US$ 2,4 bilhões em caixa, enquanto só a sua dívida de curto prazo chegava a US$ 4,5 bilhões. A empresa vinha tentando agora estender o prazo da proteção judicial para 1º de maio, uma forma de ganhar tempo nas negociações com os credores. No final de janeiro, a empresa viu sua situação piorar, depois que a Flextronics, o seu principal fornecedor, anunciou que trabalha para reduzir sua exposição à companhia. A Flextronics, fabricante de equipamentos sob encomenda, produz cerca de 75% dos produtos acabados da Nortel. As ações da empresa canadense valem hoje praticamente nada, com papéis sendo negociados a 10,5 centavos de dólar canadense na Bolsa de Toronto. Em 2000, no auge do sucesso da empresa, cada ação valia mais de 1.100 dólares canadenses.

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