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Nos EUA, vendas de Natal caem até 8%

Uma das pesquisas com varejistas mostrou que o período de festas de 2008 foi o pior desde 1969; lojas apelam para megapromoções

Por AGÊNCIAS INTERNACIONAIS
Atualização:

As festas de fim de ano em 2008 foram duras para os varejistas americanos. A economia fraca e as fortes tempestades de inverno fizeram com que as vendas no período caíssem entre 5,5% e 8% na comparação com 2007, de acordo com dados preliminares da SpendingPulse. O fraco desempenho fez com que as lojas abrissem ontem com descontos de até 75% para conseguir esvaziar os estoques, ainda cheios. Os números mostram que só as vendas de eletroeletrônicos caíram 26,7%. As vendas no fim do ano costumam somar entre 30% e 50% do faturamento anual dos varejistas. Mas muitos economistas já previam que esta seria a pior temporada em décadas, enquanto os preços de imóveis despencavam, o desemprego crescia e os tensos consumidores cortavam gastos. Para completar os problemas do varejo, tempestades inesperadas mantiveram possíveis compradores em casa, desde Seattle até Las Vegas e Boston. Com os resultados desapontadores, os lojistas esperam que o dia seguinte ao Natal se assemelhe a um grande dia de compras. "Há um certo sentimento de Black Friday (sexta-feira negra)", disse Tom Aiello, porta-voz da Sears e Kmart, comparando as promoções pós-natal às do dia após o feriado de Ação de Graças, quando os varejistas historicamente começam a ter lucro no ano. Os caçadores de barganhas chegaram cedo às lojas ontem para aproveitar os descontos oferecidos pelos lojistas. Muitas lojas abriram antes das 6 horas. A J.C. Penney abriu às 5h30 - a abertura mais cedo da história da rede - e ofereceu mais de 100 produtos em oferta até as 13 horas, incluindo um desconto de 75% nas decorações de Natal. A rede chegou até mesmo a fazer ligações para despertar clientes que tinham feito inscrições pela internet. Excluindo-se os dados de vendas de automóveis e gasolina do período de fim de ano - entre 1.º de novembro e 24 de dezembro -, as vendas tiveram queda entre 2% e 4%, segundo a SpendingPulse, divisão da Mastercard que faz um levantamento das vendas pagas com cartão de crédito, cheque e dinheiro. Outra medição, feita pela Associação Internacional de Shopping Centers, deve ter queda entre 1,5% e 2% ante o ano passado, tornando o fim de 2008 o pior desde 1969. FILAS A antecipação das liquidações de inverno na Grã-Bretanha para antes do Natal não foi suficiente para evitar a tradicional invasão de lojas na manhã de ontem, dia do chamado Boxing Day no país. Se antes os descontos já chegavam a 50%, agora algumas lojas ofereciam produtos até 90% mais baratos do que o preço original. A crise financeira obrigou as lojas a dar descontos recordes. A loja de departamentos Debenhams, por exemplo, derrubou os preços em até 70%. E atingiu o resultado: consumidores fizeram fila em suas portas antes mesmo das 6 horas.

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