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‘Nosso setor é o último a entrar na crise e o primeiro a sair dela’, diz presidente da Sindusfarma

Em 2019, o varejo farmacêutico encerrou com vendas de R$ 69 bilhões, alta de 10,8% sobre o ano anterior

Por Monica Scaramuzzo
Atualização:

Um dos primeiros setores a reagir a sinais positivos da economia, a indústria farmacêutica prevê crescimento acima de dois dígitos para este ano. “Somos o último setor a entrar em uma crise econômica e o primeiro a sair dela”, diz Nelson Mussolini, presidente executivo do Sindicato da Indústria Farmacêutica do Estado de São Paulo (Sindusfarma). Em 2019, o varejo farmacêutico encerrou com vendas de R$ 69 bilhões, alta de 10,8% sobre o ano anterior. Se incluídas vendas hospitalares e compras governamentais, o faturamento do setor totaliza R$ 85 bilhões. No ano passado, os laboratórios instalados no País criaram 4 mil novas vagas, totalizando cerca de 100 mil vagas diretas.

Nelson Mussolini, presidente do Sindusfarma Foto: Francisco Brasil

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O setor deverá continuar expandindo em 2020?

Todos indicadores apontam para um crescimento acima de dois dígitos. O setor farmacêutico é o último a entrar numa crise econômica e o primeiro a sair dela. Nosso maior problema no ano passado foi a alta do dólar. A gente projetava uma média de R$ 3,70, mas chegou a R$ 4,20. Isso afeta a rentabilidade do setor (que é importador de princípios ativos para produção de medicamentos).

Qual o principal desafio para as indústrias este ano?

O setor precisa de maior abertura de mercado. A indústria tem os preços de medicamentos controlados pelo governo. Não há necessidade de controle de preços quando há um número muito grande de medicamentos genéricos. O melhor controle é o mercado.

Há expectativa para investimentos este ano?

A indústria tem muita disposição para discutir inovação incremental, mas é preciso incentivos para isso. O controle de preços é uma forte barreira. Para março, a expectativa é de que o governo libere aumento de 2% nos preços dos medicamentos. Isso afetará a rentabilidade do setor. 

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A Anvisa aprovou registro de medicamentos à base de cannabis no fim do ano passado. A medida vai impulsionar a indústria?

Particularmente, não acredito que o setor vá ter um produto ‘blockbuster’ (campeão de vendas) à base de cannabis no mercado. Os associados do Sindusfarma estão ativos, acompanhando essas mudanças. O nosso setor é muito impulsionado pelas inovações.

O sr. vê um ambiente macroeconômico favorável para este ano?

O Brasil tem um grande potencial. A Previdência foi um degrau importante, mas as reformas tributária e administrativa são a grande bala de prata. 

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