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Nota do Banco Central faz dólar disparar

Por Agencia Estado
Atualização:

O Banco Central divulgou nesta tarde uma nota sobre mudanças nos leilões de títulos do governo na qual afirma a intenção de reduzir a dívida em dólar e ampliar o mercado de títulos em real. Segundo a nota, a partir de 2 de junho o BC não fixará mais percentual para rolar a dívida em dólar. A nota fez o dólar subir forte. O documento do Banco Central informa que o objetivo da medida é "melhorar o perfil do passivo do governo, e não estabelecer metas para a taxa de câmbio". O BC reafirma na nota que o "regime de metas para a inflação tem como objetivo a busca da estabilidade de preços" e nega a intenção de fixar "tetos ou pisos para a taxa de câmbio". Leia a íntegra da nota 1. O governo tem tido como objetivo de longo prazo reduzir a exposição cambial do seu passivo doméstico com o intuito de reduzir a volatilidade do passivo do governo federal e expandir o mercado de títulos em moeda local. 2. O Banco Central tem contribuído para este objetivo reduzindo gradualmente o estoque de swaps e títulos cambiais em poder do público, sempre que as condições de mercado permitiram. Este foi o caso no período de 1999 ao fim de 2000, quando a parcela da dívida pública indexada ao câmbio foi reduzida significativamente. Nos últimos meses, o Banco Central vinha buscando renovar 100% do principal das obrigações vinculadas ao câmbio vincendas, o que implicou uma rolagem média de 88%, uma vez que a parcela correspondente aos juros é excluída da rolagem. 3. Nas condições atuais, não se justifica mais manter como objetivo renovar um percentual fixo do principal. A partir deste vencimento (2 de junho), o Banco Central não vai estabelecer mais um percentual fixo para a rolagem do principal dos vencimentos de swaps e títulos cambiais. De agora em diante, este percentual poderá ser menor ou maior que 100% do principal a cada vencimento. Neste vencimento do dia 2 de junho, a rolagem foi de aproximadamente 95% do principal. O Banco Central continuará o seu esforço de reduzir gradualmente a exposição cambial do governo, na medida em que as condições de mercado permitirem. 4. O Banco Central manterá seu papel fundamental como provedor de proteção cambial, num mercado que ainda não desenvolveu todo o seu potencial para que o próprio setor privado faça este papel. 5. A redução gradual dos títulos cambiais e swaps tem como único objetivo melhorar o perfil do passivo do governo, e não estabelecer metas para a taxa de câmbio. 6. O regime de metas para a inflação tem como objetivo a busca da estabilidade de preços. A sua principal vantagem é explicitar o objetivo da autoridade monetária, tornando transparente a meta que se persegue e dando ciência à sociedade do compromisso absoluto com a contenção da inflação. Neste regime não cabe o estabelecimento de outras metas para o Banco Central, como a fixação de tetos ou pisos para a taxa de câmbio. Essa última opção foi abandonada no Brasil, seguindo uma tendência mundial, devido a os elevados custos e à reduzida eficácia quando a economia sofre significativas transformações e choque.

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