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Nova ajuda para GM e Chrysler está a caminho

Pacote americano deve ser anunciado na segunda-feira

Por Bill Vlasic e Sheryl Stolberg
Atualização:

O governo de Barack Obama vai provavelmente anunciar uma nova ajuda de curto prazo à General Motors e à Chrysler na segunda-feira, mas vai impor um prazo rígido (questão de semanas) para os detentores de bônus e trabalhadores sindicalizados fazerem as concessões que ajudarão as montadoras a se tornarem negócios viáveis e evitarem a falência. Espera-se que a força tarefa do presidente Obama para o setor automotivo diga que, apesar de sua recomendação de maior assistência federal para GM e Chrysler, a falência poderia ainda ser uma possibilidade para ambas as companhias, segundo fontes próximas às discussões. A força tarefa estava ontem definindo as últimas questões sobre como manter as duas empresas de Detroit vivas. Enquanto isso, as montadoras negociavam com a sindicato United Auto Workers (UAW) o pagamento de suas dívidas. Tanto o auxílio imediato quanto o de longo prazo dados pelo governo estarão vinculados à finalização da reestruturação iniciada pelas empresas após receberem US$ 17,4 bilhões em empréstimos federais, em dezembro. Tanto a GM quanto a Chrysler estão próximas de esgotar o auxílio já recebido. Sem um novo aporte, as empresas podem ficar sem caixa para tocar suas operações, que empregam 140 mil pessoas nos EUA. Ambas vão pedir o que Obama classificou, na quinta-feira, como "medidas drásticas e dolorosas" para arrumar os negócios. A GM pediu mais US$ 16,6 bilhões, que serão tratados em separado dos US$ 5 bilhões extras pedidos pela Chrysler, segundo membros da administração. Nenhuma das duas cumpriu os requisitos do acordo de empréstimo original com a administração Bush: em especial, redução de custos com fundos de pensão. Um acordo oficial deve ser anunciado por Obama na segunda-feira. O secretário de imprensa da Casa Branca, Robert Gibbs, afirmou ontem que o presidente não apenas delinearia um plano para manter as empresas em operação no curto prazo como também para viabilizar sua manutenção no longo prazo. Obama se encontrou duas vezes na quinta-feira com Steven Rattner e Ronald Bloom, banqueiros líderes da força tarefa, mas ainda há questões a resolver. O anúncio iniciará um período de observação mais intensa do governo sobre as duas montadoras, que juntas perderam US$ 38 bilhões em 2008, quando a venda de carros nos EUA caiu ao menor nível em 25 anos. A terceira montadora de Detroit, a Ford, ainda não solicitou diretamente ajuda governamental. Mesmo após perder US$ 14 bilhões no ano passado, a montadora afirma ter caixa para seus esforços de reestruturação.

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