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Nova alta de juros pode não chegar ao varejo

Alta da Selic pode não chegar no mercado de veículos e nas grandes redes de varejo. Bancos de montadoras e financeiras pretendem, de início, não repassar o aumento.

Por Agencia Estado
Atualização:

A nova alta da taxa do juro básico de 21% para 22% ao ano, anunciada anteontem pelo Banco Central, não deve chegar no mercado de veículos novos e nas grandes redes de varejo. Os bancos das montadoras, responsáveis por metade dos financiamentos desse segmento no País, não têm, por enquanto, previsão de repassar o aumento para suas taxas. Segundo o diretor-executivo da Associação das Empresas Financeiras das Montadoras (Anef), José Romélio Ribeiro, como a mudança da Selic não provocou alteração nas projeções das taxas futuras de juro, "talvez não seja necessário promover um realinhamento agora pois nossas operações são de longo prazo." No comércio a tendência é manter as taxas atuais e até promoções. O Carrefour, por exemplo, baixou o juro de 4,8% ao mês para 2,9% para financiamentos em até 10 vezes, numa promoção que começou anteontem e se estenderá até o dia 30. As outras redes como Casas Bahia, Pão de Açúcar e Loja Cem também não pretendem mexer em taxas. "A alta é muito pequena e as vendas já estão fracas. Não vale o risco", justifica o diretor do Banco Cacique, Vanderley Vetore, financeira que atua na linha de Crédito Direto ao Consumidor para eletroeletrônicos, móveis e material de construção. O Cacique ajustou suas taxas na alta anterior da Selic, quando o juro subiu de 18% para 21% ao ano. Para o diretor da Serveloj, Oswaldo de Freitas Queiroz, um ponto de alta da Selic não justifica alteração nesta época, próxima do Natal, e com uma demanda abaixo da expectativa. As altas dos juros ocorridas nos últimos meses provocou alterações no mercado de carros novos. Até abril, 70% das vendas eram financiadas, participação que neste mês está em 55%. Ribeiro acredita que o quadro de incertezas que vinha predominando na economia diminuiu e o consumidor voltará a comprar mais a prazo. Por conta dessa queda, o volume de crédito que os bancos das montadoras colocaria à disposição dos consumidores neste ano baixou de R$ 8 bilhões para cerca de R$ 7 bilhões. Os bancos Volkswagen, General Motors e Ford confirmaram ontem não ter previsões de mudanças nas taxas cobradas atualmente. Os juros cobrados variam de 2,59% a 3,06%, dependendo do prazo, mas há promoções para alguns modelos com taxas abaixo de 1%.

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