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Nova geração do GP tenta repetir trajetória de Lemann

Empresa de investimentos criada por Jorge Paulo Lemann, da AmBev, faz em três dias aporte de R$ 3 bilhões

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Entre sexta-feira e domingo, a GP Investimentos selou duas aquisições bilionárias - pagou US$ 1 bilhão pela operação latino-americana do grupo petrolífero Pride International e, em seguida, R$ 1,24 bilhão pela mineradora Magnesita. Trata-se de um valor igual ao já investido pela companhia em 14 anos. A velocidade e o porte das compras revelam uma face renovada e ainda mais ambiciosa da empresa de investimentos criada no início dos anos 90 por Jorge Paulo Lemann, fundador da AmBev. A GP não tem Lemann como acionista há pelo menos três anos, mas a nova geração de sócios se inspira na sua trajetória de sucesso, principalmente fora do País. "A internacionalização é um assunto muito presente para eles. E a InBev é o grande caso de sucesso para os donos da GP", diz um ex-sócio de uma das 42 empresas em que a GP investiu até hoje. "O (Antonio) Bonchristiano e o Fersen (Lambranho) formam um duo que segue os passos do trio Lemann, Carlos Alberto Sicupira e Marcel Telles, da AmBev." Atualmente, a GP tem nove sócios, muitos deles com menos de 40 anos. O mais jovem, Danilo Gamboa, entrou para o clube no ano passado, aos 32 anos. Bonchristiano, sócio desde 1995, e Lambranho, que veio três anos mais tarde, detêm 60% da holding que controla a GP e são os únicos que ficaram com ações com direito a voto depois da abertura de capital da companhia, em 2006. Embora a grande maioria dos atuais donos não tenha passado pelo Banco Garantia, de Lemann, todos herdaram, direta ou indiretamente, o mesmo estilo agressivo e ousado do fundador. O jeito GP de administrar não é original. É uma mistura de lições do banco Goldman Sachs, da rede Wal-Mart e da sua experiência própria. Ele segue uma fórmula que inclui obsessão por redução de gastos, premiação de funcionários pelo desempenho (prática conhecida como meritocracia)e contratação de profissionais jovens e cheios de entusiasmo. A filosofia de comandar empresas foi mantida pela atual geração. No entanto, as experiências bem e malsucedidas ao longo de mais de uma década trouxeram algumas diretrizes novas para o grupo. A GP não tem preferência por setores, mas não quer mais fazer investimentos minoritários nem em empresas que comecem do zero. O Submarino foi um caso de sucesso, mas a agenda online Elefante e o site de carros Webmotors estão na lista dos erros cometidos pela empresa. Na Telemar, a GP quer sair porque não consegue mandar na empresa como gostaria. Ela divide o controle com a Andrade Gutierrez e o Grupo La Fonte, de Carlos Jereissati. "Nossa estratégia atual é um refinamento de estratégias anteriormente aplicadas pelo Grupo GP, e está mais adaptada ao ambiente brasileiro e às nossas principais habilidades", disseram os acionistas no prospecto de abertura de capital. Outra diferença é que o grupo agora administra um caixa poderoso. Além dos R$ 705,9 milhões levantados na abertura de capital, um dinheiro que pertence à própria GP, ele acabou de concluir a captação de um fundo de R$ 1,025 para comprar empresas com faturamento mínimo de R$ 100 milhões. Em 14 anos, a GP captou US$ 2,5 bilhões, aplicou US$ 1,4 bilhão na compra de participação em 40 companhias (sem incluir Magnesita e Pride) e vendeu - parcialmente ou integralmente - posições em 31 delas. NÚMEROS >US$ 1,6 bilhão foi gasto na compra da Magnesita e da unidade latino-americana da Pride International >US$ 1,4 bilhãohavia sido investido pela empresa até quinta-feira, em 14 anos de atuação da GP >42 empresas já receberam investimento da GP

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