Com a taxa básica de juros no maior patamar desde 2006, a renda fixa está em destaque. Para diversificar a carteira, é hora de aproveitar a nova leva de debêntures incentivadas. Várias empresas preparam ofertas para até o fim do ano e o foco é a pessoa física. Esses títulos de longo prazo têm isenção de Imposto de Renda. Em contrapartida ao benefício fiscal, o governo exige que as companhias usem o dinheiro para projetos de infraestrutura. A rentabilidade segue, em geral, uma taxa prefixada mais a inflação pelo IPCA. Com a alta da Selic, hoje em 14,25% ao ano, esse porcentual fixo também subiu. O retorno real médio das incentivadas foi de 7,81% no primeiro semestre de 2015, ante 6,93% em 2014. O Tesouro IPCA, em comparação, está com taxa em torno de 7,5%. O cálculo foi feito a partir de relatório do Ministério da Fazenda e funciona apenas como um indicativo. A bem-sucedida emissão da Vale em agosto abriu a temporada. A mineradora captou R$ 1,35 bilhão para a Estrada de Ferro Carajás, no Pará. E o Ministério dos Transportes já aprovou, na semana passada, ofertas das concessionárias ViaOeste, CCR AutoBan e Concebra.
Como investir em debêntures:
1. Debênture incentivada é um título de crédito emitido por empresas com o objetivo de financiar projetos de infraestrutura. O rendimento é isento de IR e também não há cobrança de IOF. O prazo mínimo de vencimento é quatro anos e a remuneração é composta por taxa prefixada, mais a variação de um índice de preço ou da TR.
2.Para investir, é preciso ter conta em corretora. A aplicação mínima é de R$ 1 mil. É possível comprar o título no dia da emissão ou no mercado secundário, pelo preço do dia. Essa negociação secundária tem pouca liquidez e também ocorre via corretora. O registro é feito na Cetip e na BM&FBovespa.
3. Também é possível investir via fundos que só aplicam em debêntures incentivadas. Gestão profissional, diversificação e maior liquidez são as vantagens. Mas há custos adicionais, como taxas de administração e performance.
4. O principal risco é o de liquidez, já que o investidor pode não conseguir vender o título na data desejada ou ter de vender por um preço abaixo do esperado, com prejuízo. Há também o risco de crédito - ou seja, a empresa dar calote nos debenturistas. E ainda o risco de mercado, já que a remuneração é prefixada. Assim, se a taxa de juros da economia sobe, o preço do título no mercado secundário cai. Já se a Selic cai, o preço do papel sobe.