
30 Maio 2015 | 16h23
Mesmo assim, a doceira de 53 anos, comandante do único terreiro de umbanda em uma comunidade quilombola de Horizonte, que hoje se divide entre católicos e evangélicos, mantém no quintal um fogão a lenha para atender a paladares bastante exigentes. Assim, evita que a fumaça tome conta da casa reformada e, ao mesmo tempo, agrada aos clientes que não abrem mão das tradições regionais: “Tem gente que sente falta daquele gostinho de queimado”.
No Km 60, em Limoeiro do Norte, o aposentado Josafá Barbosa da Silva, 70 anos, está entre os que defendem que o feijão feito no fogo a lenha é mais saboroso. Para Josafá, no entanto, o problema é encontrar lenha para manter o costume na “nova” família – ele voltou a se casar recentemente e tem três filhos pequenos. Além de aproveitar todo o pedaço de pau que acha no terreno de 12 hectares em que planta banana, defende um método “científico” para que o fogo dure mais: “O segredo é construir o fogão voltado para o lado em que o sol nasce”.
Encontrou algum erro? Entre em contato