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Nova política de preço da Petrobrás influencia na nota

Plano de desinvestimentos, porém, enfrenta percalços na Justiça; ontem, liminar suspendeu venda da empresa de gasodutos NTS

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Petrobrás quer reconquistar o selo de boa pagadora Foto: SANDRO VOX | PAGOS

RIO - A Petrobrás ficou um pouco mais perto de retomar o grau de investimento, selo de boa pagadora, da agência de classificação de risco Standard & Poor’s. A agência elevou ontem a nota da empresa de B+ para BB- (três níveis abaixo do grau de investimento), com perspectiva estável.

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Ao justificar a elevação, a S&P ressaltou a importância da nova política dos combustíveis da estatal, que prevê uma revisão mensal no preço da gasolina e do óleo diesel com base nas cotações internacionais dos derivados de petróleo.

“Em nossa opinião, o estabelecimento da política de preços apoia a visibilidade de fluxos de caixa e uma estrutura de capital mais equilibrada”, informou a agência em seu relatório. Com isso, a Petrobrás vem invertendo a imagem de que serve aos interesses da União, como no passado. Parte do atual endividamento da empresa foi acumulado durante o período em que comprava petróleo e derivados no mercado externo a preços superiores ao que praticava internamente, contribuindo com o governo para segurar a inflação.

A S&P destacou, porém, que, apesar das “mudanças estruturais significativas na empresa e controles internos mais fortes, elas ainda estão em uma fase inicial”.

Parte dessa insegurança está relacionada à “incerteza sobre a capacidade da companhia de sustentar essas mudanças após possíveis mudanças na gestão e no governo”, afirmou a agência.

A Petrobrás quer reconquistar o selo de boa pagadora, com o status de “investment grade”, a partir do ano que vem. Para isso, desenvolve um plano de corte de custos e de venda de ativos bilionário, seu plano de desinvestimento.

O grau de investimento foi cassado em 2015, quando vieram à tona denúncias de corrupção, e também com a queda do preço do barril do petróleo. Hoje, a estatal é uma das companhia mais endividadas do mundo.

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“A Petrobrás melhora a passos largos. O plano de desinvestimento está sendo bem gerido e rapidamente. Acredito na capacidade da empresa de retomar o grau de investimento em 2018, ainda que a Justiça venha barrando o programa de venda de ativos”, disse Flávio Conde, da consultoria WhatsCall.

Liminar. Ontem, por exemplo, a Justiça Federal de Sergipe concedeu liminar suspendendo a venda da Nova Transportadora do Sudeste (NTS) ao grupo canadense Brookfield, por US$ 5,19 bilhões. A ação foi movida pelo Sindicato dos Petroleiros de Alagoas e Sergipe (Sindipetro AL/SE). A Petrobrás informou estar tomando as “medidas judiciais cabíveis”.

Até agora, o sindicato entrou com sete pedidos de liminar, dos quais obteve sucesso em cinco, relativos a negociações em curso ou já concluídas. O Sindipetro planeja ainda impedir que a empresa vá adiante com a venda de subsidiárias que ainda não têm comprador definido.

A Justiça de Sergipe já barrou a venda da Petroquímica Suape, dos campos de Baúna e Tartaruga Verde, da Distribuidora BR e de campos terrestres.

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