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Nova taxa de juros do BNDES deve mudar dinâmica do banco

Com a TLP se alinhando aos juros do mercado, espera-se que crédito de longo prazo cresça nos bancos privados

Foto do author Eduardo Rodrigues
Por Fabrício de Castro e Eduardo Rodrigues
Atualização:
Início. Juros da TLP e da TJLP serão de 6,75% ao ano Foto: REUTERS/Nacho Doce

BRASÍLIA - O ano de 2018 marcará o início de uma nova fase para o BNDES e, em paralelo, para o mercado de crédito no Brasil. Isso porque a Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) deixará de ser, a partir de janeiro, a referência para os contratos com o banco de fomento, dando lugar à Taxa de Longo Prazo (TLP).

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A mudança é substancial. No início, a TLP e a TJLP terão a mesma taxa - estabelecida em 6,75% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (CMN) na última quinta-feira. Porém, enquanto a TJLP era definida de forma discricionária pelo CMN - e, por isso, foi objeto de populismo econômico em vários momentos da história recente -, a TLP possui uma metodologia de cálculo que vai aproximá-la nos próximos anos de taxas de juros praticadas no mercado. Para o ano de 2018, há expectativa de que a taxa possa caminhar para algo acima dos 6,75% iniciais.

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Na prática, a diferença entre os juros cobrados pelo BNDES e pelos outros bancos vai diminuir. A intenção do governo é de que isso, ao longo do tempo, sirva de incentivo para que o crédito de longo prazo, antes totalmente dependente do BNDES, cresça entre os bancos do setor privado.

Além disso, o fato de a TLP estar próxima de juros de mercado elimina a necessidade de o Tesouro Nacional arcar com subsídios bilionários como ocorreu no passado. Como a TJLP era mantida em níveis bem mais baixos que os da Selic (a taxa básica de juros), o Tesouro tinha de pagar a diferença.

Economistas ouvidos pelo Estadão/Broadcast afirmaram, no entanto, que o fato de a TLP substituir a TJLP não será um problema para o crédito em 2018. “Não tem muita mudança neste início de TLP. Com este nível de Selic (hoje em 7,00% ao ano), o impacto dessa reforma é bastante limitado”, pontuou o economista Mauro Schneider, da MCM Consultores Associados. “O impacto será maior na medida em que a Selic e a própria curva de juros subirem. Mas isso será gradual.”

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