Os novos termos do plano de recuperação judicial aprovados ontem pelo conselho de administração da Oi mostraram uma evolução das propostas, mas podem ser insuficientes para destravar o andamento do processo, segundo fontes a par do assunto.
Um dos problemas seriam as condições impostas para a injeção de recursos na companhia, de acordo com essas fontes. O novo plano prevê aportes de até R$ 8 bilhões, dos quais R$ 2,5 bilhões pelos acionistas (Sociéeté Mondiale, de Nelson Tanure; e da Pharol, ex-Portugal Telecom), e até R$ 5,5 bilhões pelos credores (a proposta anterior previa que os credores colocariam R$ 3,5 bilhões).
No entanto, o desembolso só ocorrerá com a aprovação do plano de recuperação nos tribunais de segunda instância no Brasil e nas jurisdições do Reino Unido e dos Estados Unidos.
Além disso, há dúvidas se os credores terão apetite suficiente para aumentar suas apostas na Oi, colocando mais R$ 5,5 bilhões no negócio. E uma das exigências do governo federal é que a tele saia do processo com dinheiro suficiente em caixa para aumentar seus investimentos em telefonia e banda larga, chegando ao mesmo nível de concorrentes.
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A nova versão do plano prevê que o pagamento de comissão a credores que aportarem recursos novos na tele receberão no momento da capitalização da empresa e não mais antecipadamente como o anterior, que também foi alvo de críticas.
Segundo a companhia, o porcentual a ser pago aos credores que aportarem recursos na empresa será de 14% do valor da capitalização em dinheiro novo no primeiro ano “e cumulativamente de 8% no segundo ano”. O pagamento poderá ser feito em dinheiro ou ações, e não mais apenas em dinheiro.