A Novartis demitirá 2,5 mil empregados nos próximos dois anos em todo o mundo diante do crescimento mais lento que o esperado na venda de remédios diante da concorrência dos produtos genéricos e da demora em colocar no mercado produtos de ponta. Segundo a empresa, que conta com cerca de 100 mil funcionários em todo o mundo, ainda não pode dar garantias de que Brasil não será atingido pelos cortes. 2007 não tem sido um ano positivo para as maiores empresas farmacêuticas do mundo. A americana Pfizer já anunciou que cortaria 10 mil postos de trabalho. O mesmo fez a AstraZeneca. Já a GlaxoSmithKline também fará demissões para economizar mais de US$ 1,4 bilhão. A Novartis acredita que a medida irá economizar US$ 1,6 bilhão de seus cofres até 2010, mas os mais críticos já alertam que apenas inovações em termos de tratamento poderão solucionar a crise envolvendo o lançamento de novos produtos. Segundo o setor farmacêutico, um número importante de remédios até agora patenteados perderá sua proteção nos próximos dois anos, afetando vendas que somariam cerca de US$ 10 bilhões para as empresas. Esses produtos terão de concorrer com medicamentos genéricos. Para deixar a situação mais crítica, as apostas de algumas empresas em termos de novos tratamentos ainda não conseguiram chegar ao mercado. Esse foi o caso do Galvus, remédio para diabete que teve sua introdução no mercado adiada. Outros produtos, como o Prexige, não conseguiu aprovação. O anúncio fez com que as ações da Novartis sofressem uma queda de 0,4% na bolsa de Zurique nesta quinta-feira. No total, a queda já acumula 9,2% em 2007. Segundo um comunicado divulgado pela empresa, o primeiro semestre de 2008 será marcado por um impacto negativo gerado pela unidade de produção de medicamentos nos Estados Unidos. Por isso, para acelerar o crescimento, a empresa prevê redução no números de funcionários. "Isso irá simplificar nossa organização e redesenhar a forma pela qual trabalhamos", afirmou Daniela Vasella, presidente da Novartis.