
17 de junho de 2015 | 12h19
O motivo é que a maioria das empresas tem projetos protocolados no regime antigo. “O Plano Diretor não tem impacto direto nas vendas, porque os novos projetos só serão lançados daqui a dois anos, já que ainda estamos vendendo muitos estoques”, diz o diretor de atendimento da Elite Brasil, Carlos Escobar.
Com mais restrições para o aproveitamento dos terrenos, as novas regras provocaram aumento de preço nas regiões atendidas por transporte público, afirma o diretor-geral da Brasil Brokers, José Roberto Federighi, citando os corredores de ônibus e estações de metrô e trem, onde o potencial construtivo é de até quatro vezes o tamanho da área. Nas demais, a permissão cai para até duas vezes. “Esse mercado (de terrenos) está devagar”, diz ele. “Até existe oferta, mas o que não existe é a vontade da incorporadora de pagar o que estão pedindo.”
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Para o diretor de novos negócios da Abyara Brasil Brokers, Thiago Castro, a compra de terrenos está mais difícil por conta da incerteza do que poderá ser feito no terreno, já que a Lei de Uso e Ocupação de Solo, um complemento do Plano Diretor, ainda não saiu. “Isso gera insegurança nas incorporadoras.”
As mudanças devem pesar no bolso do comprador. “A expectativa é que os imóveis encareçam em até 20% porque vai poder construir menos”, diz o presidente da Fernandez Mera, Gonzalo Fernandez Rodriguez.
Outro impacto do novo plano será a valorização de futuros lançamentos já protocolados na regra anterior. Não poderão mais ser feitos apartamentos com duas ou três vagas nas regiões atendidas por transporte público. “Hoje, temos produtos que não vão mais existir”, afirma Castro. “Vai gerar a valorização de projetos anteriores, porque eles são mais adequados à necessidade do público”, complementa Federighi.
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