Após anunciar novas metas globais de sustentabilidade, a fabricante de chapas de alumínio Novelis percebeu que, para cumprir o objetivo de se tornar uma empresa livre de emissões de carbono até 2050, terá um desafio: ir além da reciclagem das latinhas, algo já comum no Brasil, mais por mérito dos catadores do que da indústria em si. No ano passado a Novelisfoi responsável pela reciclagem de 60% das latas recicladas em 2020.
Entre as metas anunciadas, uma será um ponto intermediário no meio do caminho da chegada à neutralidade de emissão de carbono em 2050. Para 2026, a ideia é reduzir a pegada de carbono em 30%. Para o mesmo ano, a companhia estipulou uma redução em 20% no envio de resíduos para aterros e de 10% da redução do uso de energia e consumo de água.
“Resolvemos ser mais arrojados na velocidade de implantação da economia circular. Estamos inseridos em uma cadeia e precisamos estar alinhados e trabalhar conjuntamente”, afirma o presidente da Novelis para a América do Sul, Francisco Pires. Ele lembra que a empresa, que nasceu em 2005, atingiu em 46% de conteúdo reciclado de sua produção em 2010, porcentual que agora está em 72,5%. O restante do material para a produção é comprado parte localmente ou importado.
Para fazer subir esse porcentual, há alguns desafios. Um deles é conseguir aumentar a própria reciclagem da latinha, algo que passa também por um processo de desenvolvimento de produto, já que hoje não se consegue reciclar toda a lata, principalmente a tampinha.
No entanto, o trabalho de reciclagem, para que a meta futura possa ser atingida, terá que ir além da latinha, alcançando painéis da construção civis – utilizados na faixada de imóveis por lojas, por exemplo –, panelas e embalagens de alimentos. Para isso, uma das estratégias será de trabalhar junto com parceiros.
Diversidade racial e de gênero
Além da questão ambiental, a Novelis trouxe metas de diversidade de inclusão. Uma delas é ter 30% de representação de mulheres em cargos de liderança e 15% em função sênior nas áreas técnicas e de operações até 2024.Outra meta é que 20% das contratações de profissionais mensalistas sejam preenchidas por pessoas pretas ou pardas. No caso de estagiários, esse número aumenta para 50%.