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Novo limite da Caixa deve retrair mercado de imóveis usados

Alternativa para financiamento será recorrer a bancos privados, que cobram, na média, juros mais altos

Foto do author Aline Bronzati
Por Aline Bronzati (Broadcast) e Renée Pereira
Atualização:

A forte redução dos limites de crédito anunciada nesta segunda-feira pela Caixa provocará um choque de demanda no mercado de imóveis usados. “Poucas famílias têm condições de dar entrada de 50% do valor do imóvel”, avaliam Guilherme Vilazante e Daniel Gasparete, do Bank of America Merril Lynch (BofA), em relatório ao mercado. Num primeiro momento, a medida poderá incentivar a compra de unidades novas que continuam com os mesmos limites de financiamento. “Mas, no médio prazo, os dois mercados devem se retrair, já que andam juntos. Muitos consumidores vendem o usado para comprar o novo”, afirma a analista da Tendências Consultoria Integrada, Mariana Oliveira, especialista em construção. Além disso, não estão descartadas mudanças nesse segmento.

Caixa Econômica vai financiar apenas 50% do valor dos imóveis usados Foto: Estadão

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Uma alternativa para quem quiser financiar uma parcela maior do imóvel usado será recorrer a bancos privados. Mas isso significa pagar uma taxa de juros maior que a cobrada pela Caixa. Segundo dados do Banco Central, os juros médios do financiamento imobiliário dos bancos públicos variava de 6,03% e 7,15% ao ano em março. 

Já as taxas médias dos bancos privados estavam na casa dos 9% ao ano. “Além disso, os bancos privados não terão capacidade de absorver todos os clientes que não serão atendidos pela Caixa. Eles também estão sofrendo com o esvaziamento da poupança. Alguns têm recursos para aguentar até outubro e novembro. Se não houver uma reversão do quadro, também terão de reduzir limites”, diz o vice-presidente de Habitação Econômica do Secovi-SP, Flávio Prado. 

Segundo ele, o BC terá de adotar alguma medida para amenizar a situação. Uma das saídas seria reduzir o compulsório de 20% para 10% e obrigar os bancos a destinarem os outros 10% ao mercado imobiliário. “Só essa medida injetaria R$ 50 bilhões no mercado.” 

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