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Novo marco de saneamento combate o atraso do setor

Contudo, não adianta melhorar apenas os serviços de água e esgoto sem eliminar os lixões

Por Gesner Oliveira
Atualização:

O Brasil apresenta atraso histórico no saneamento. Cerca de metade da população não tem acesso à rede de esgoto e as perdas de água na distribuição são de 38,5%

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Investir em saneamento evita a proliferação de doenças. O gasto com saúde por doenças como diarreia é quase cinco vezes maior nas dez cidades com piores índices de saneamento, se comparadas às dez melhores. 

O saneamento é essencial para o meio ambiente. A poluição de cursos d’água seria menor com a universalização do acesso ao esgoto ou com o tratamento adequado dos resíduos sólidos.

A poluição de cursos d'água seria menor com o tratamento adequado dos resíduos sólidos. Foto: Marcos Arcoverde/Estadão

Apesar disso, mantendo o atual ritmo de investimento, a universalização desse serviço só ocorre em 2052!

Um salto do saneamento básico ajuda a economia do País. Segundo dados do Instituto Trata Brasil, entre 2004 e 2016, o investimento de R$ 11,2 bilhões em saneamento gerou 141 mil empregos e R$ 13,6 bilhões em renda. 

A nova lei reduz o risco regulatório, mediante maior uniformização das regras através da Agência Nacional de Águas (ANA); aumenta a competição pelo mercado; induz a maior eficiência; estimula a construção civil e o emprego; e promove gastos em todas as regiões do País.

A aprovação do novo marco regulatório do saneamento é fundamental. Porém, não haverá uma mudança súbita meramente pela lei. Sua implementação prática é tão ou mais importante. 

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Além disso, algumas áreas, como a de resíduos sólidos urbanos, demandam atenção. Não adianta melhorar apenas os serviços de água e esgoto sem eliminar os lixões, o que requer investimentos e segurança jurídica no setor de resíduos. 

A mudança na lei deve ser apenas o início de um novo olhar da política pública para o saneamento, voltado para a saúde pública e bem-estar. 

*COORDENADOR DO GEISA. ARTIGO ELABORADO A PARTIR DAS REFLEXÕES DO GRUPO DE ECONOMIA DA INFRAESTRUTURA E SOLUÇÕES AMBIENTAIS/GEISA DA FGV

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