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Novo medidor ‘inteligente’ pode reduzir a conta de luz

Governo quer trocar os relógios por aparelhos que permitem a cobrança de tarifa de acordo com o horário de consumo 

Por Lu Aiko Otta , Leonardo Goy e de O Estado de S. Paulo
Atualização:

O governo quer obrigar as concessionárias de energia elétrica a instalar medidores inteligentes nos 63 milhões de residências urbanas hoje atendidas pelo sistema. Esses aparelhos poderão, no médio prazo, reduzir o valor da conta de luz em cerca de 5%, porque a energia passará a ser cobrada como é o telefone: haverá horários em que a tarifa será mais barata. É, porém, um processo que levará cerca de dez anos para estar implantado em todo o País, segundo estimam os técnicos.

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Nesta terça-feira, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) iniciou uma audiência pública para discutir o modelo de medidor a ser adotado e as regras para seu uso. Esse trabalho deverá ser concluído no primeiro trimestre de 2011 e, a partir de meados de 2012, toda vez que a distribuidora fizer uma ligação nova ou substituir um medidor defeituoso terá de usar o modelo inteligente. O prazo é longo para permitir que a indústria de medidores se adapte, disse o especialista em regulação da Aneel Hugo Lamin. Na segunda etapa, a Aneel discutirá a instalação dos medidores nas demais residências.

No lugar do tradicional relógio, o consumidor terá em casa, sem custo de instalação, um aparelho eletrônico que permitirá, por exemplo, medir com exatidão as falhas de fornecimento de energia. O usuário tem direito a um desconto em sua conta toda vez que isso ocorre.

À distância. Para as empresas, os medidores eletrônicos são ainda mais úteis. Eles permitem, por exemplo, que o consumo seja medido à distância, dispensando a necessidade de um funcionário passar de casa em casa. A concessionária pode desligar o fornecimento em caso de inadimplência e religá-lo após o pagamento da conta sem enviar um eletricista. Os medidores podem ser instalados em postes, e não na casa das pessoas, de forma a dificultar fraudes.

Os medidores terão de ser capazes de calcular até quatro tarifas diferentes por dia. A energia será mais cara no horário de pico de consumo do País, que é entre 19h e 22h.

No futuro, as pessoas poderão vender eletricidade excedente ao sistema. Já existem no mercado aparelhos que geram energia a partir da luz solar, chamados painéis ou filmes fotovoltaicos. Em alguns países, as famílias vendem o excedente gerado durante o dia para a distribuidora. Isso será possível no Brasil, mas não de imediato.

Segundo Lamin, os painéis ainda são muito caros.

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"Marcos regulatórios são importantes para ajudar as empresas na decisão de investir", disse Carlos Ramon, gerente de novos negócios da Silver Spring, uma das empresas líderes no mercado norte-americano de novas tecnologias para energia elétrica. A empresa se instalou no Brasil este ano, de olho no tamanho do mercado: 104 milhões de medidores, se considerados os residenciais, rurais e comerciais. "O consumo de eletricidade cresce 7% a 8% ao ano, o que cria pressão nas concessionárias para melhorar a eficiência da rede." 

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