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Novo mercado para pequenos investidores

O mercado de títulos públicos já está acessível ao pequeno aplicador, que antes só podia comprá-los por meio de fundos de investimento. Instituições membros da Bolsa do Rio poderão negociar os papéis. Mas o investidor deve tomar alguns cuidados.

Por Agencia Estado
Atualização:

O mercado de títulos públicos, até então restrito aos grandes investidores e instituições financeiras, agora também está acessível ao pequeno aplicador, que antes só podia adquiri-los por meio de fundos de investimento. A Bolsa de Valores do Rio de Janeiro (BVRJ) acaba de lançar pequenos lotes para a negociação secundária dos papéis, ou seja, o investidor que quiser aplicar em renda fixa vai poder comprar e vender títulos públicos por intermédio das instituições membros da Bolsa. O lote mínimo para participar das operações é de 10 títulos, o que representa cerca de R$ 9 mil. Antes, a Bolsa somente permitia transações com valor mínimo de R$ 900 mil, equivalente a 10 mil títulos. Mas, por enquanto, estão sendo negociadas apenas as Letras do Tesouro Nacional (LTNs) - papéis prefixados, cuja projeção de rentabilidade o investidor conhece no momento que adquire o título. Os três papéis mais negociados vencem em 28 de fevereiro de 2001, 2 de maio de 2001 e 1º de agosto de 2001. Cuidados O investidor não tem que ficar com os títulos até a data do vencimento. Porém, de acordo com o diretor-presidente da Money Maker Investment Advisory, Fabio Colombo, deve-se tomar muito cuidado ao optar pela venda antecipada do papel. É que, para se desfazer dos títulos, o investidor terá de recorrer a uma corretora ou instituição financeira, que normalmente compra o papel com deságio, diz Colombo. Além disso, o mercado de pequenos lotes de títulos públicos ainda não tem liquidez - facilidade de negociação. Para comprar os títulos, o investidor terá de arcar com taxa de corretagem, que varia de acordo com o volume negociado, e taxa de emolumentos da Bolsa - 0,00075%, com valor mínimo de R$ 10,00. Além disso, deve-se levar em conta que a liquidação dos títulos públicos exige reserva bancária. O prazo é de um dia, em que o dinheiro do investidor ficará sem correção, explica Colombo. Assim, basta verificar se a taxa de administração cobrada pelo fundo é superior a todos esses custos. Em caso afirmativo, os títulos serão mais vantajosos. O advogado especialista em mercado de capitais da Freitas & Leite, Ricardo Freitas, diz que a escolha da aplicação vai depender de cada investidor e, principalmente, da avaliação do risco das opções. No caso dos títulos prefixados, praticamente não existe risco de crédito, mas há risco de mercado. Por isso, o investidor precisa ter uma noção macroeconômica para analisar as tendências de movimentação dos juros e saber, por exemplo, que em papéis de longo prazo o impacto das oscilações de juros são maiores. Imposto de Renda A alíquota de Imposto de Renda é a mesma das demais aplicações de renda fixa, 20%. A diferença é que a cobrança é feita somente na venda do título, e não no fim de cada mês, como ocorre nos fundos. "No longo prazo, isso pode representar uma diferença significativa para o investidor", diz Colombo. Em aproximadamente duas semanas, a BVRJ também estará negociando títulos indexados ao IGPM e ao dólar.

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