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Novo PIB pode indicar crescimento maior entre 95 e 2005

Com isso, taxas como a dívida líquida do setor público e o superávit primário para o período terão de ser recalculadas com base nos novos valores

Por Agencia Estado
Atualização:

Os novos resultados do Produto Interno Bruto (PIB) - que serão apresentados nesta quarta, 21, pelo IBGE para o período de 1995 a 2005 - poderão mostrar um valor maior para a economia do País e variações mais voláteis de crescimento do que a série atual. Caso se confirme a alteração do tamanho do PIB em valores, taxas como a dívida líquida do setor público e o superávit primário para o período terão de ser recalculadas com base nos novos valores. "O valor do PIB destes anos deverá mudar, para cima", avalia o economista da UFF e ex-chefe de Contas Nacionais do IBGE Claudio Considera. Ele explica que as pesquisas anuais de indústria, comércio, serviços e construção civil, que passam a integrar a base de cálculo do PIB, incorporam mais rapidamente novas empresas nos setores e por isso deverão elevar os valores do produto bruto. "O PIB crescerá em valor", concorda o economista da MB Associados, Sérgio Valle. Considera explica que o provável aumento do PIB vai afetar as taxas que são calculadas com relação ao produto bruto. De maneira simplifica, caso o PIB cresça, a taxas do endividamento líquido, superávit primário, carga tributária, por exemplo, que são calculados em relação ao tamanho da economia, tendem a diminuir. Isso representaria um efeito contábil. Segundo os economistas consultados, estes indicadores terão de ser recalculados. O economista da LCA Consultores Francisco Pessoa prefere não apostar no aumento do PIB. "Não há como saber. O fato de ser melhor medido não significa que seja para mais. Estou curioso para ver os resultados", argumentou. De forma geral, os economistas que estudam a atividade econômica e costumam se debruçar sobre as Contas Nacionais produzidas pelo IBGE elogiam a mudanças, basicamente porque tornam o cálculo mais preciso e mais abrangente. Mudanças na metodologia Na prática, a inclusão das pesquisas anuais que passaram a ser feitas desde 2000 e de outras mais recentes, como a Pesquisa de Orçamento Familiar (POF) 2002 e o Censo Agropecuário 1995, agregam informações que antes eram estimadas e agora serão efetivamente contabilizadas. "A mudança vai mostrar um quadro da realidade mais próximo da realidade do que o antigo. Mas o quanto está perto da realidade não dá para saber", comenta o economista da LCA. Nesta quarta, serão apresentados novos resultados para o PIB, desde 1995. Embora as pesquisas anuais que serão incorporadas tenham sido feitas a partir de 2000, os dados dos anos anteriores foram compatibilizados para serem comparáveis, assim como para evitar as críticas que poderiam surgir caso apenas os anos mais recentes fossem recalculados. No próximo dia 28, o instituto vai divulgar os resultados relativos a 2006. Outras mudanças do cálculo são a nova forma de medir a administração pública e os aluguéis dentro do PIB, que tendem a tornar as variações anuais mais fortes, para cima ou para baixo. Isso porque antes uma parte da conta da administração pública que levava em conta o crescimento populacional, uma taxa geralmente constante, agora usará referências mais dinâmicas, como a contratação do funcionalismo. Haverá mudanças também na computação de dados de aluguéis, o setor agropecuário vai ser dividido em resultados para lavoura e pecuária. O cálculo de serviços financeiros levar em conta evolução das tarifas e o diferencial de juros cobrados e pagos pelos bancos. Uma nova atividade passa a ser contemplada, a de serviços de informação, no lugar de telecomunicações, com novos segmentos, como processamento de dados, distribuição eletrônica de informações e atividade cinematográfica.

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