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Novo plano para a Varig prevê demissão de 8 mil

Segundo o TGV, a companhia a ser criada após o leilão terá até 2 mil empregados, ante um quadro de 11 mil

Por Agencia Estado
Atualização:

O plano de reestruturação da Varig apresentado hoje (14) aos credores prevê a demissão de cerca de 8 mil funcionários. Segundo o plano, a nova Varig, que deverá ir a leilão na quarta-feira, deverá ter 13 aviões e entre 1,5 mil e 2 mil empregados. Hoje, a Varig tem 10 mil funcionários. A Varig antiga, que permanecerá em recuperação judicial para abater o passivo de R$ 7,9 bilhões, deverá ter apenas 50 empregados e uma aeronave, com receita anual de até R$ 20 milhões. O drástico corte de pessoal reflete a urgência da Varig em enxugar custos, já que sua dívida aumentou em R$ 1 bilhão durante um ano de recuperação judicial. Os números foram discutidos hoje em reunião de credores com a direção da companhia. O encontro foi realizado para esclarecer as modificações no plano original de recuperação judicial. As mudanças são uma adaptação à única proposta de compra da Varig até agora, feita pela VarigLog, ex-subsidiária da companhia. As alterações deverão ser discutidas no fim de semana em encontros informais de credores e representantes da Varig. As reuniões com os credores são uma preparação para a assembléia que será realizada segunda-feira. As modificações terão de ser avaliadas no encontro porque a oferta da VarigLog é diferente do projeto original de reestruturação, já aprovado credores em 9 de maio. "Os credores estatais devem aprovar o plano. Já as arrendadoras de avião devem votar não", diz um representante de um grupo de credores privados que pediu para não ser identificado. Alguns credores devem se abster de votar. De acordo com esse representante de credores privados, o plano da VarigLog é ter mais dez aviões em até 50 dias após uma eventual homologação da oferta, totalizando uma frota de 23 aeronaves. Com isso, estão previstas recontratações de funcionários que forem demitidos. O cálculo é de que são necessárias cerca de 100 pessoas para garantir a operação de cada avião. Fundação No novo plano de recuperação judicial, a Fundação Ruben Berta (FRB), acionista majoritária da Varig com 87% do capital, vai transferir sua participação para a Varig antiga. Essa empresa herdará as dívidas e uma pequena parte dos bens e serviços da empresa. No plano de reestruturação original, a FRB, tida como a principal responsável pela crise da empresa, teria sua participação acionária reduzida para 5%, por meio de um fundo de investimento. A fundação foi afastada do controle administrativo da Varig em dezembro de 2005 pela Justiça do Rio. A Varig antiga terá a concessão de uma rota da Nordeste (ida e volta do vôo Congonhas-Porto Seguro); um centro de treinamento de pilotos (receita anual estimada em R$ 1 milhão durante dez anos); fretamento de aeronaves (faturamento anual de R$ 5 milhões em contrato de três anos) e os ativos imobiliários, avaliados em torno de R$ 130 milhões. Segundo fontes ligadas ao negócio, parte dos imóveis da Varig já teria sido dada como garantia à União por meio de hipotecas e penhoras. Por isso, a Varig antiga só teria como fonte de receita desses ativos o aluguel.

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