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Novo presidente assume a Infraero

Por Isabel Sobral e Tania Monteiro
Atualização:

O novo presidente da Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero), tenente brigadeiro-do-ar Cleonilson Nicácio Silva, assumiu ontem interinamente o cargo com carta branca do ministro da Defesa, Nelson Jobim, para mudar a empresa. A missão de Nicácio é preparar a estatal para o projeto de privatização de aeroportos brasileiros - cujo modelo está em estudo pelo BNDES e pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) -, e limpar a imagem de "cabide" de apadrinhados políticos, segundo fontes do governo. A primeira ação, anunciada no final da tarde de ontem após ser aprovada pelo Conselho de Administração da estatal, em reunião extraordinária, foi a troca de toda a diretoria da autarquia. A nova diretoria será formada exclusivamente por servidores civis e concursados da Infraero. A diretoria de Administração será assumida por Nelson Jorge Borges Ribeiro; a diretoria Comercial, por Fernando Nicácio da Cunha Filho; a diretoria de Engenharia, por Paulo Sérgio Ramos Pinto; diretoria Financeira, por Mauro Roberto Pacheco de Lima; e diretoria de Operações, por João Márcio Jordão. Discreto e de fala mansa, Nicácio Silva é militar da Aeronáutica, licenciado desde agosto de 2007 quando assumiu a diretoria de Operações da Infraero junto com o presidente a quem substituiu, Sérgio Gaudenzi. Naquele momento, o País ainda estava abalado pelo acidente com o avião da TAM no aeroporto de Congonhas, ocorrido um mês antes, e pelo "caos aéreo". Ao tomar posse, o brigadeiro não quis revelar sua opinião sobre o modelo de concessão de aeroportos à iniciativa privada. "Nessa interinidade, meu objetivo é gerir a Infraero da melhor maneira possível e a decisão quanto ao modelo de gestão da infra-estrutura aeroportuária, eu deixo para o Ministério da Defesa e para a Presidência da República. Eu não pretendo alimentar polêmicas sobre o assunto", declarou. Nada avesso à polêmica, Gaudenzi, por sua vez, despediu-se criticando a possibilidade de privatização de aeroportos de maneira isolada. Ele afirmou que repassar à iniciativa privada os aeroportos mais rentáveis, deixando os menos ou nada rentáveis sob administração do governo federal, vai afetar o equilíbrio que permite hoje à Infraero manter os aeroportos médios e pequenos em locais pobres e isolados do Brasil. O lucro obtido nos aeroportos mais movimentados é investido nos que dão prejuízo, segundo ele. "Sempre acreditei que o melhor caminho para o crescimento da empresa e o cumprimento de sua missão de integração é a abertura de capital", disse Gaudenzi. "Escrevi (na carta de demissão) ao ministro (Jobim) que não poderia conduzir um processo de privatização isolada de aeroportos com entusiasmo, por discordar da tese e por achar que isso trará problemas aos nossos equipamentos." Em setembro, o presidente Lula autorizou o início dos estudos para repassar à iniciativa privada a gestão dos aeroportos do Galeão (RJ) e de Viracopos, em Campinas (SP).

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