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Novo processo contra a Sadia

Acionistas dos EUA cobram empresa por perdas

Por Agências
Atualização:

O escritório de advocacia americano Howard G. Smith entrou com uma ação em benefício de todas as pessoas que compraram American Depositary Receipts (ADRs) ou ações ordinárias da Sadia entre 1º de maio e 26 de setembro, buscando reparação de prejuízos com ações da companhia. De acordo com comunicado distribuído pelo escritório, a ação foi protocolada na Corte Distrital Sul de Nova York. Os advogados alegam que a Sadia informou erroneamente os investidores sobre a natureza de seus negócios e sobre a sua situação financeira, violando leis federais que regulam os mercados nos Estados Unidos. O escritório disse ainda na ação que as informações divulgadas pela Sadia não correspondiam à realidade da empresa e "inflaram artificialmente os valores de suas ações". Essa é a segunda ação movida nos Estados Unidos contra a Sadia, após a empresa ter registrado perdas milionárias com operações financeiras com derivativos cambiais. Na semana passada, o fundo de pensão Westchester Putnam Counties Heavy & Highway Laborers Local 60 Benefit Funds entrou com um processo, também na Justiça de Nova York, contra a empresa. Na ação, o fundo alega que a Sadia não informou sobre o uso dos contratos de derivativos usados para proteger sua exposição ao dólar. "Os contratos de derivativos de câmbio representaram pura especulação da parte da Sadia - um jogo de apostas altas, que não foi revelado pela companhia aos seus acionistas", disse o fundo. A Sadia informou que não se manifestaria sobre a natureza das ações enquanto elas estivessem correndo na Justiça. PERDAS Ao divulgar seus resultados do terceiro trimestre, há duas semanas, a Sadia apresentou um prejuízo líquido de R$ 777,4 milhões. Foi a primeira perda da empresa em nove anos. No mesmo período do ano passado, a companhia havia registrado um lucro líquido de R$ 188,4 milhões. No final de setembro, a companhia divulgou uma estimativa de prejuízo financeiro de R$ 760 milhões com a liquidação antecipada de operações de derivativos de alto risco, apelidados no mercado de "derivativos tóxicos". No balanço do trimestre, esse prejuízo foi revisado para R$ 653 milhões. No mesmo balanço, porém, a companhia informou ainda ter em aberto US$ 2,3 bilhões em contratos futuros de câmbio. O valor equivale a um ano de exportação, e não a seis meses, como fixa a política de risco da empresa.

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