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Novo sinal de estabilização do mercado de imóveis

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Por Redação
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Depois da tendência de estabilidade de preços de imóveis revelada pela pesquisa FipeZap sobre os valores pedidos pelos vendedores, agora os indicadores de um conjunto de grandes empresas mostram leve reação do mercado imobiliário: em agosto, houve mais lançamentos e as vendas de 9,3 mil unidades avançaram 1,4% em relação às de agosto de 2015, segundo os Indicadores Abrainc/Fipe. Reações positivas do mercado imobiliário despertam interesse dada a relevância do setor para a economia, ainda que os números devam ser tratados com cuidado, sem justificar otimismo.

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Os lançamentos de imóveis atingiram 4,6 mil unidades em agosto, superando em 70% os de agosto do ano passado. Também houve aumento dos lançamentos entre os primeiros 8 meses de 2015 e 2016 (18,5%) e entre os últimos 12 meses comparados aos 12 meses anteriores (4,3%). Há, portanto, indícios de que as grandes empresas voltam a acreditar na retomada do mercado nos próximos anos, quando as obras ora lançadas serão entregues.

Os indicadores de longo prazo de vendas ainda são fracos, com quedas de 11,3% entre os 8 primeiros meses de 2015 e 2016 e recuo de 13,3% nos últimos 12 meses.

As associadas da Abrainc entregaram 10,7 mil imóveis em agosto, 13,8% acima de agosto de 2015. O maior problema continua sendo o volume de distratos – ou seja, a devolução de imóveis por compradores que perderam condições de pagamento ou desistiram da aquisição. Nos últimos 12 meses, houve 46,2 mil distratos. No caso de imóveis adquiridos no primeiro trimestre de 2014, foram objeto de distrato 20,6% deles.

Os grandes números da pesquisa mostram um mercado encolhido: apenas 70 mil unidades foram lançadas e 103,6 mil foram vendidas nos últimos 12 meses por 20 das 35 incorporadoras que compõem a Abrainc, entre as quais MRV, Cyrela, Even, EZtec, Tecnisa, Helbor, Brookfield, Gafisa, Tenda, PDG, Rossi, Setin, You e Yuny. O número é pouco expressivo para a dimensão do mercado e para o déficit de moradia, mesmo considerando a oferta crescente de pequenas construtoras.

Para a reativação mais forte será preciso eliminar os estoques que atingiam 116,2 mil unidades em agosto. A oferta de crédito será decisiva, cabendo não ignorar a realidade de compradores potenciais que precisam de emprego, renda e confiança para contrair dívida de longo prazo.

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