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Novos dados reforçam medo de recessão e bolsas desabam

PIB britânico recua; empresas divulgam previsões negativas.

Por Da BBC Brasil
Atualização:

A divulgação de novos dados que apontam para o risco de uma recessão acentuada nas principais economias voltou a provocar quedas significativas nas principais bolsas de valores do mundo nesta sexta-feira. O dia teve a divulgação também de balanços e previsões sombrios de diversas empresas, especialmente montadoras. Na Europa, uma das principais razões do pessimismo dos investidores foi a revelação de que o PIB da Grã-Bretanha caiu 0,5% no terceiro trimestre do ano - o primeiro recuo em 16 anos. Em entrevista ao jornal britânico Scarborough Evening News, o vice-presidente do Banco da Inglaterra, Charles Bean, deixou claro que a possibilidade de recessão (dois trimestres seguidos de encolhimento da economia) é real. "Esta é uma crise que acontece uma vez na vida, e possivelmente a maior crise financeira deste tipo na história da humanidade", afirmou Bean. O FMI anunciou ter fechado um acordo com a Islândia - um dos países mais afetados pela crise global - para a concessão um de empréstimo de US$ 2,1 bilhões. Peugeot e Renault Dados de empresas européias também reforçaram o pessimismo no continente. A montadora francesa PSA Peugeot Citroën, por exemplo, anunciou que prevê "imensos" cortes de produção no último trimestre do ano, depois de ter registrado uma queda nas vendas de 5,2% no terceiro trimestre. Outra montadora francesa, a Renault, anunciou que fechará quase todas suas fábricas na França por pelo menos uma ou duas semanas para ajustar sua produção aos estoques elevados, decorrentes da queda das vendas nos últimos meses. O índice FTSEurofirst 300, que reúne algumas das principais ações européias, caiu 4,9%, atingindo 829,73 pontos, o nível mais baixo em mais de cinco anos. Em Londres, o índice FTSE 100 caiu 5%; em Paris, o Cac 40 recuou 3,54% e o Dax, de Frankfurt, fechou com baixa de 4,96%. Em Moscou, os negócios na bolsa de valores foram suspensos pelo menos até terça-feira, depois que o principal índice, o RTS, caiu 13,68%. Ásia e Estados Unidos Dados de companhias também afetaram negativamente os pregões na Ásia. Em Tóquio, o índice Nikkei da bolsa do Japão caiu 9,6%, depois que a empresa de produtos eletrônicos Sony divulgou que a previsão de lucro do ano caiu pela metade. A valorização acentuada do iene frente ao dólar, que prejudica os exportadores japoneses, também foi apontada por especialistas como uma das razões da queda. Na Coréia do Sul, a bolsa caiu 10,6%, com a empresa Samsung, também do setor de eletrônicos, divulgando que seus lucros terão queda de 44% no terceiro semestre. Nos Estados Unidos e no Brasil, durante toda a tarde, os principais índices também registraram quedas fortes. A montadora americana Chrysler, pelo segundo dia consecutivo, anunciou que planeja cortes de pessoal. Desta vez, os afetados devem ser aproximadamente 18,5 mil funcionários que não trabalham diretamente nas linhas de montagem, ou cerca de 25% dos funcionários desses setores. Commodities Um outro sinal do desaquecimento econômico mundial tem sido a queda dos preços das commodities, especialmente o petróleo. Preocupados com a perda de receita com a desvalorização do produto, os países da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) decidiram cortar a produção em 1,5 milhão. Apesar da decisão, o preço do produto continuou caindo. Em Londres, o barril do tipo Brent recuou para menos de US$ 62. Commodities importantes na pauta de exportações brasileira, como o café, o açúcar e a soja, também registraram desvalorização nesta semana. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

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