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Núcleo dos preços ao produtor assusta nos EUA

Por ALISTER BULL
Atualização:

Os preços ao produtor subiram menos do que o esperado em abril, 0,2 por cento, depois que o custo da gasolina caiu, mostrou um relatório do governo divulgado nesta terça-feira. O núcleo da inflação, porém, teve forte avanço. Economistas ouvidos pela Reuters esperavam que o índice --que mede o custo no atacado-- subisse 0,4 por cento após alta de 1,1 por cento em março. O núcleo dos preços ao produtor, que exclui os custos de energia e alimentos, teve alta de 0,4 por cento. A taxa foi duas vezes maior do que o previsto. O acumulado do núcleo nos últimos 12 meses avançou 3,0 por cento, maior alta desde dezembro de 1991. "O núcleo do PPI veio alto, tanto em termos absolutos quanto em relação às expectativas", disse Pierre Ellis, economista da Decision Economics, em Nova York. Os preços da gasolina caíram 4,6 por cento, mas acumulam alta de 23 por cento ao longo do último ano. Em termos anuais, o índice geral de preços ao produtor registra alta de 6,5 por cento. Os preços de alimentos ficaram inalterados em abril, mesmo que o preço do arroz tenha saltado 17,4 por cento, maior alta desde 1993. O aumento dos custos de energia tem pressionado os preços no atacado e contaminado outras leituras da inflação de um modo preocupante para o Federal Reserve, mesmo que o banco central norte-americano tenha cortado os juros para impulsionar o crescimento em meio à crise imobiliária. "Não há nenhum bom presságio aqui para os consumidores. Não vamos ver nenhum alívio no curto prazo", disse Joel Naroff, presidente da Naroff Economic Advisors, em Holland, Pensilvânia. "Isso está colocando mais pressão sobre as empresas para elevar os custos. É problemático na desaceleração econômica que estamos agora. Isso vai trazer mais notícias negativas para os lucros e a inflação", disse. Outros dados divulgados nesta terça-feira revelaram que o setor de varejo continua a sofrer com o patamar recorde dos preços da gasolina e com a menor frequência de compras por parte dos consumidores. Foi a terceira semana seguida de queda nas vendas do varejo. Outro relatório, do Federal Reserve de Chicago, mostrou que a atividade econômica ficou mais fraca em abril em uma série de setores. O Índice de Atividade Nacional do Fed de Chicago, compilado com base em um conjunto de dados econômicos, recuou de -0,98 em março para -1,17. A média trimestral móvel do índice caiu para o menor nível desde novembro de 2001, quando os Estados Unidos emergiam da última recessão, e mostrou que a economia pode ter se contraído pelo quinto mês consecutivo. (Reportagem de Alister Bull)

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