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Num ano, mais 2,7 milhões de pessoas sem emprego

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Por Redação
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Entre os trimestres setembro/novembro de 2014 e de 2015, aumentou em 2,67 milhões (de 6,45 milhões para 9,12 milhões) o número de pessoas desocupadas, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) Contínua do IBGE, que tem abrangência nacional. O porcentual de desempregados em novembro foi de 9%, ante 6,5% em igual período do ano passado - e as perspectivas de recuperação do emprego continuam a ser desfavoráveis. Em relação ao trimestre junho/agosto, houve 323 mil cortes de vagas. Sazonalmente, o desemprego tende a cair no fim do ano, seja pelo aumento da demanda de mão de obra pela indústria que precisa atender às encomendas, seja pela contratação de empregados pelas lojas às vésperas do Natal. Mas isso não ocorreu em novembro, apesar da leve recuperação registrada no varejo, como revela a Pnad Contínua. A qualidade do emprego piorou. O maior responsável pela elevação do desemprego, segundo o especialista Cimar Azeredo, do IBGE, foi a redução de cerca de 1,1 milhão do número de empregados com carteira assinada - justamente os que têm maior proteção legal e acesso à previdência pública. O total da população brasileira em idade de trabalhar é de 164,8 milhões, mas apenas 92,2 milhões estavam trabalhando em novembro, meio milhão menos do que em novembro do ano anterior (-0,6%). Tampouco foi favorável a evolução da renda média habitual dos trabalhadores, que na comparação com igual período de 2014 caiu de R$ 1.923,00 para R$ 1.899,00 (-1,3% em termos reais). Em razão da força da recessão e de seu impacto sobre emprego e renda, agravado pela resistência da inflação, os próximos meses são ameaçadores. Historicamente, o auge do desemprego costuma ocorrer no primeiro trimestre de cada ano. Consultores econômicos já estimam que o número de desocupados poderá atingir 9,7 milhões até o mês que vem, com a expectativa de que se aproximem de 11 milhões até o fim deste ano. É quase o dobro do menor nível de desocupação na década (6 milhões de pessoas em dezembro de 2013). Além de dramáticos no plano pessoal, desemprego e perda de renda afetam o consumo, a produção e a qualidade do crédito, elevando o risco de inadimplência. Tradicionalmente, anos eleitorais são marcados por aumento de gastos, mas não há certeza sobre isso em 2016. Como notou Azeredo, há “menos dinheiro circulando na economia”.

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