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Número de milionários aumentou na América Latina

Por Agencia Estado
Atualização:

O número de pessoas na América Latina com mais de US$ 1 milhão em ativos cresceu 12% em 2001, e juntos eles concentram uma riqueza de US$ 3,5 bilhões. A informação consta do estudo denominado "Informe Mundial sobre a Riqueza", elaborado pelas empresas Merrill Lynch e Cap Gemini Ernst&Young. Segundo o estudo, o crescimento de cerca de 8% da riqueza desses milionários foi provocado em parte pela tendência de substituir os investimentos em ações por papéis atrelados ao dólar e outros produtos de renda fixa. Os autores do relatório consideram "admirável" o crescimento do número de pessoas com elevada riqueza líquida (denominados HNWI, sigla em inglês para High Net Worth Individual) na região, apesar da volatilidade dos mercados e de turbulências econômicas como as da Argentina. Calcula-se que na América Latina há 280 mil pessoas com pelo menos US$ 1 milhão em ativos, excluídas propriedades imobiliárias. Destes, 90 mil residem no Brasil. A riqueza de todos esses afortunados cresceu cerca de 275% desde 1986 e representa 13% do total mundial. Para 2006, a previsão é de que alcançará os US$ 5,1 bilhões. O aumento da riqueza dos milionários latino-americanos superou a média de 3% de crescimento global e também esteve acima do registrado na América do Norte, Europa e Ásia, entre outras regiões. O informe estima em US$ 26,2 bilhões a riqueza das pessoas que têm mais de US$ 1 milhão em ativos financeiros, em todo o mundo. O número de HNWI se situou em 7,1 milhões de pessoas em 2001, depois de incorporar-se a este seleto clube cerca de 200 mil milionários, ou 3% mais que no ano anterior. Segundo os autores do estudo, essa taxa de crescimento é a mais lenta desde 1997, quando foi realizado o primeiro informe, e reflete o impacto das difíceis condições dos mercados financeiros. "As duras condições econômicas de 2001 tiveram um previsível impacto adverso na criação de riqueza em nível global. O aumento do Produto Interno Bruto (PIB), que começou a baixar na segunda parte do ano 2000, seguiu diminuindo em 2001", indica o informe. A queda nos Estados Unidos desde ao início da recessão americana, em março de 2001, e um fraco crescimento na Europa influíram no aumento real do PIB global de 2,5% em 2001, comparado aos 4,7% do ano anterior, segundo dados do Fundo Monetário Internacional (FMI). O recuo dos mercados financeiros, principalmente em setores como o de tecnologia, e o ambiente de grande volatilidade foram fatores que fizeram com que o crescimento da riqueza dos milionários fosse em 2001 inferior aos 6% registrados em 2000 e aos 18% do ano anterior. Apesar de tudo, o número de milionários na América do Norte cresceu 1,8% e chegou a 2,22 milhões de indivíduos, enquanto o valor de seus ativos aumentou 1,7% até totalizar US$ 7,6 bilhões, ou 29% do total. No caso da Europa, o número de HNWI se manteve estável, com 2,54 milhões de pessoas que acumulam uma riqueza de US$ 8,4 bilhões, com crescimento de apenas 0,1% sobre 2000. A riqueza dos milionários europeus representa 32% do total, e se prevê que alcance os US$ 12,3 bilhões (13,9 bilhões) em 2006. Os acontecimentos de 11 de setembro fizeram com que os mercados, que vinham numa tendência declinante, baixassem ainda mais. Porém, os autores do estudo consideram que uma rápida recuperação minimizou o impacto desse fator sobre a riqueza dos milionários.

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